Liberdade. É a primeira palavra que surge quando oiço falar do 25 de Abril de 1974. Para a minha geração, nascida poucos anos antes, penso que é a primeira palavra e a única que resume o pensamento sobre o histórico momento. De todas as liberdades adquiridas a liberdade de expressão é talvez aquela que no dia a dia mais nos toca. Hoje podemos dar a nossa opinião sobre a forma como o governo governa, ou como um executivo municipal gere os destinos da autarquia sem que sejamos presos, torturados e enviados para um qualquer «tarrafal»… ou não? Não. Porque ainda há pequenos ditadores, que acham que quem não está por mim, está contra mim, aqueles que não torturam nem encarceram mas vilipendiam os que não partilham os seus projectos e por vezes até aqueles que lhes deram a mão. Aqueles que com um sorriso nos lábios, um beijo na face, traem os seus, como aconteceu recentemente em Felgueiras. A presidente da Câmara Municipal de Felgueiras, esclareceu, solenemente, a Assembleia Municipal, que a situação financeira da autarquia está no «limiar da bancarrota» (sic) dizendo que a gestão anterior foi desastrosa. O executivo anterior, do partido socialista, foi escolhido pela senhora presidente, a estratégia foi dela as «obras de mandato» também e depois, não era ela que fazia questão de lembrar sempre que dava uma entrevista directamente do Brasil que era a presidente da câmara? Depois vem o povo dizendo amén, batendo palmas, largando foguetório, gritando palavras de ordem como liberdade e democracia, mas de memória curta, esquecem que do longínquo ano de 2001 para 2002 a dívida municipal subiu de € 10.597.390,29 para € 13.419.186, quase 3 milhões de euros portanto. Mas a explicação é simples, Dezembro de 2001 ficou marcado pelas eleições autárquicas.
Não há Liberdade e Democracia quando tudo se resume a televisão e papel. O que nós precisamos é de uma revolução, não daquelas «tomba regimes», mas de mentalidades. Por mim não precisa ser em Abril, pode ser já em Maio.
* [Sérgio Martins in Expresso de Felgueiras 28 Abril 2006]
Não há Liberdade e Democracia quando tudo se resume a televisão e papel. O que nós precisamos é de uma revolução, não daquelas «tomba regimes», mas de mentalidades. Por mim não precisa ser em Abril, pode ser já em Maio.
* [Sérgio Martins in Expresso de Felgueiras 28 Abril 2006]
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