quinta-feira, agosto 27

Comunicação social e eleições

Quase sempre nas alturas das eleições – mas não só – os órgãos de comunicação social estão debaixo de pressão e algumas acusações, directas ou mais ou menos veladas, de parcialidade dos seus artigos e opiniões. Existem publicações, estações de televisão e rádio com mais “simpatia” por este ou aquele candidato, segundo alguns, se bem que a grande maioria não vê isso. Felgueiras tem neste momento, três jornais (Jornal da Lixa (sem site), Semanário de Felgueiras, e Expresso de Felgueiras) e uma estação de rádio (Rádio Felgueiras). Todos eles têm profissionais dedicados, que por certo fazem o seu melhor. Contudo, - espero não me vir a arrepender deste post, cujo conteúdo daqui para diante já dei nota a um dos directores – há espaço para ainda fazer melhor. Grosso modo todos os órgão de comunicação social de Felgueiras têm espaços de opinião plurais, com pessoas de várias tendências políticas (se não estão todos foi porque recusaram em determinada altura a participação). Haverão sempre acusações de que determinado jornal está mais “colado” a esta ou àquela candidatura, mas isso não se pode evitar. Não vejo mal nenhum também que, tal como faz alguma imprensa estrangeira, o director do jornal através do editorial, tome uma posição a favor deste ou daquele candidato. Aquilo que estranho é a falta de actualizações em alguns dos sites, especialmente no da Rádio Felgueiras (sei que são profissionais esforçados, há muitos anos nesta actividade, que por certo dão o seu máximo, não é isso que está em causa) mas que o serviço que prestam pode ser muito melhor. Basta ouvir os noticiários para perceber o que está em causa. O aprofundar das notícias, o ir à procura não existe para prestar um melhor serviço a uma comunidade que se revê na Rádio Felgueiras como fonte de informação como se viu pelo inquérito feito pela própria rádio. Sei que são capazes não terão é neste momento a motivação suficiente para tal, o que é pena, porque perde a RF e o concelho de Felgueiras.

quarta-feira, agosto 26

Como fazer um candidato (*)

O marketing político tem destas coisas. Faz de condenados judiciais (certo que ainda em recurso, mas efectivamente condenados em primeira instância) candidatos cheios de brilho, luzes, cores e apresentações de candidaturas profissionais, com pouca gente, mas profissionais. Cada vez mais o processo de decisão do voto é assente em ideias geradas pelo marketing político de uma “ideia” de candidato e não pela “forma” do candidato. Não são conhecidos os programas dos candidatos, é conhecida a imagem construída pelas agências de comunicação do candidato às eleições. Aquilo que vemos é o produto da forma como determinado candidato é orientado pelas agências. Não digo que sou contra, sou até a favor da participação das agências em determinadas circunstâncias, como melhoria da imagem pessoal, discurso público, forma de intervir, posturas. Mais do que isso é uma artificialidade que não acrescenta nada. Melhorar o aspecto sisudo de um candidato de forma a que ele apareça mais “simpático” é uma coisa, fazer com que ele apareça em entrevistas, revistas e com afirmações que não produziu como se fosse especialista em algo que não é, é enganar o eleitorado. Aí, sou frontalmente contra.
Este tipo de atitude de cosmética é a que temos verificado sistematicamente no concelho de Felgueiras. Mostrar obras de ilusão, de fachada, de promessa é aquilo a que estamos habituados. Vemos uma usurpação de obras do governo pela autarquia, como se fossem suas. O governo usa na promoção da sua imagem mil e quinhentos milhões de euros para os novos centros escolares e a câmara municipal usa para a sua imagem os milhões dos 15 novos centros escolares. É um “faz de conta”, um quem é que se aproveita melhor da imagem de outros, aparecer ao lado de uma figura na fotografia ou nas imagens televisivas.
Felgueiras será este ano um verdadeiro case study para os politólogos e marketeers políticos. Temos vários cenários como, partidos políticos versus movimentos independentes, candidatos com “questões judiciais” versus candidatos sem questões judiciais (outros a nível nacional estarão também debaixo de análise) será que o eleitorado vai penalizar os autarcas a contas com a justiça? Campanhas feitas pela positiva versus pela negativa. Há para todos os gostos, sendo certo que a mediatização da campanha em Felgueiras nos órgãos de comunicação social nacional só vem beneficiar o MSP.
Depois de conhecidas a quase totalidade das listas candidatas, verifico ser verdade aquilo que já tinha afirmado. O PS teve uma enorme dificuldade em formar as suas listas, apresentando apenas nomes de segunda linha, afastados no tempo de Fátima Felgueiras, movidos apenas por um sentido de justiça pelo voto, que não existe. À Justiça o que é da justiça e à política o que é da politica. Nomes importantes do PS preferem não dar a cara ou estão com Fátima Felgueiras. No MSP, a saída de João Garção não é surpresa pelo desgaste e a falta de gosto por este tipo de vida política que já tinha manifestado, tal como não é surpresa a promoção de Bruno Carvalho já que durante o mandato ficou praticamente a cargo dele a comunicação da câmara e a sua defesa. No PSD os nomes estão em perfeita sintonia com aquilo que tem vindo a ser a estratégia desta comissão política. Novos rostos, jovens quadros com capacidade técnica e uma enorme vontade de mudar o rumo de uma terra parada no tempo. Resta conhecer o resto da equipa da Assembleia Municipal para verificar que o valor político dos candidatos se vai sobrepor a interesses mais ou menos pessoais.
(*) Expresso de Felgueiras, 21 Agosto 2009

Marketing Político VI

Ainda no Imagens de Campanha, continua uma análise aos diferentes outdoors da coligação PSD/CDS.
Nota: alguém me faz chegar uma foto / imagem do outdoor do MSP, sff?

Marketing Político V

Segundo a Rádio Renascença, Fátima Felgueiras tem um orçamento para esta campanha eleitoral de 128 mil euros.

terça-feira, agosto 25

Porque me afastei da Política, III

Quando era pequenino disseram-me que tinha jeito p'ra jogador de futebol. Enganaram-me!
Quando era mais crescidinho disseram-me que tinha jeito para a Política. Enganei-me!

Porque me afastei da Política, II

Tenho Amigos em todas as barricadas; discuto Política com todos eles; Todos me asseguram ser o Garante da Verdade e da Razão. Sem Pingo de dúvida! Assustam-me os Dogmas.

Porque me afastei da Política, I

Somos todos amigos durante 4 anos; Subitamente, durante 3 meses, somos adversários; De repente dizem uns dos outros o que Maomé não diria do toucinho.

Marketing Político IV

Através do Imagens de Campanha, fiquei a conhecer o que os especialistas dizem dos cartazes de campanha de Felgueiras. Sobre o da coligação PSD/CDS e do PS, aqui, e do MSP aqui.
Vai ser difícil acompanhar a opinião sobre todos os outdoors de Felgueiras, uma vez que já vão numa quantidade considerável.

sábado, agosto 22

Marketing Político III

“Somos Felgueiras” é o slogan de campanha escolhido pela MSP dando suporte à candidatura de Fátima Felgueiras. Isto é algo como somos por Felgueiras (Fátima) e somos a favor de Felgueiras (concelho), numa mistura da coincidência do nome, apelando à mensagem subliminar de que votar noutro candidato é votar contra Fátima Felgueiras o que não é verdade. Votar noutro candidato é ter uma visão diferente, de que não se quer mais do mesmo.

Conselhos de Campanha IV

Considero um erro ter o mesmo candidato na lista à câmara e à Assembleia Municipal – erro esse transversal a várias candidaturas. Já no passado isso foi feito e para além de dar a ideia (errada) de que não há mais por onde escolher, coloca problemas de gestão pós-eleições.

Toponímia e numeração policial

Já se abordou neste blogue por diversas vezes a questão da numeração policial em Felgueiras, sendo uma vergonha uma cidade as moradas serem conhecidas pelos nomes dos edifícios. A câmara municipal diz que todas as entradas já têm a numeração atribuída e os proprietários ou condomínios é que ainda não as levantaram, tendo até isentado os mesmos do pagamento da taxa no ano de 2008.
A câmara municipal de Amarante resolveu o problema de uma outra forma. Já que os munícipes não fazem isso, eles criaram um autocolante onde em cada vão de entrada o colam e identificam com o respectivo número. Se o proprietário achar o autocolante inestético, coloca outro tipo de numeração, mas ela já lá está e tudo funciona como devia.

sexta-feira, agosto 21

Felgueiras mantém 7 vereadores

Segundo o “Semanário de Felgueiras”, o número de vereadores na câmara municipal de Felgueiras vai ficar nos sete como até agora, não passando para nove por apenas quarenta e cinco eleitores.

Marketing Político II

Uma das formas de comunicação de hoje em dia é, sem dúvida, a internet. Os candidatos não podem esquecer que existem neste momento cerca de 3000 jovens eleitores em Felgueiras. Por isso, a grande maioria dos candidatos terá o seu site ou blogue. Seria interessante acompanhar e interagir com os mesmos via twitter ou facebook, mas já não conto com tanto. Entretanto na coluna da direita já estão alguns sites das candidaturas que conheço neste momento a ser actualizado conforme me fizerem chegar informação ou eu os descubra.

quinta-feira, agosto 20

Marketing político

Campanha pela “negativa” vs campanha pela “positiva”.
Interessante esta nova abordagem do marketing político em Felgueiras. Vamos ver como vai correndo ao longo da campanha eleitoral.

Conhecidas as primeiras listas

Começam a ser conhecidas as listas dos candidatos aos órgãos autárquicos. Embora não totalmente fechadas, dão já uma ideia da orientação de cada uma das estratégias. Por aquilo que verifico e numa primeira análise, vejo que o PS apresenta umas listas completamente debilitadas, de recurso, recorrendo ao “velho aparelho” socialista afastado por Fátima Felgueiras. É pena não ver o nome de Torres Moreira na Assembleia Municipal, já que se revelou um excelente tribuno e com intervenções políticas muito boas.
De facto, os sinais que vinham sendo transmitidos para o exterior que indicavam algumas dificuldades por parte do PS, em formar as listas são agora possíveis de constatar com estas listas. O MSP não apresenta surpresas, nomeadamente com a saída de João Garção, visivelmente agastado com esta forma de fazer política (não o censuro). A “promoção” de Bruno Carvalho também não constitui surpresa, uma vez que a lealdade e a defesa política de Fátima Felgueiras esteve quase sempre a seu encargo durante todo o mandato. A lista do PSD também não constitui surpresa, faltando agora verificar a lista à A.M. sendo apenas conhecido o cabeça de lista e onde é preciso que a bancada seja forte, interventiva e com preparação política.
[adenda] Na altura em que escrevi este post, apenas conhecia parte da lista. Não é por isso verdade que João Garção tenha saído da lista de candidatos à câmara municipal. Contudo, esse facto não altera no substancial a vontade de sair, uma vez que a decisão de aceitar estar na lista em último lugar, não elegível, significa na prática o mesmo. Enaltece é mais João Garção que, até ao fim, manifesta a sua solidariedade e lealdade.

Felgueiras, terra com futuro (*)

Os dados para as eleições autárquicas em Felgueiras, estão praticamente lançados. Quase todas as candidaturas foram apresentadas, com a excepção dos partidos com menor número de eleitores e da sempre presente candidatura de Fátima Felgueiras. Embora já no terreno na fase de organização de listas às freguesias como forma, não de garantir votos na Assembleia Municipal, mas de assegurar, principalmente nas freguesias mais rurais, votos na candidata à câmara, é quase segura a candidatura de Fátima Felgueiras. Não tem outra alternativa mesmo com várias sondagens a indicarem resultados pouco favoráveis, e de a própria e o seu staff mais próximo sentirem na rua o que as sondagens indicam. Não se pense que Fátima Felgueiras se dará por vencida, principalmente depois de o Tribunal a ter absolvido, em conjunto com os demais arguidos, do “processo do futebol”, estamos a falar de um “animal político”.
Mas ainda bem, para todos os felgueirenses, que a “novela” acabou, porque assim o foco estará todo naquilo que é essencial para as populações. O seu bem-estar. Sei que pode parecer utópico a quem me lê, que alguém como eu, com alguma experiencia de vida, pense que se vão discutir assuntos de verdadeiro interesse para os munícipes felgueirenses. É um verdadeiro desejo meu, que se faça essa discussão e que os felgueirenses possam escolher em consciência o seu voto num projecto para Felgueiras. A candidatura de Fátima Felgueiras terá, tal como no passado, todo o interesse em centralizar a discussão em torno das “injustiças” a que foi sujeita, da vitimização da sua condição de mulher, atraindo o votos destas pela força que lhes transmite, pelo discurso populista e pela facilidade de lhes “tocar no coração”. Será provavelmente ajudada pela candidatura de Horácio Costa que fará mais estragos no PS do que na candidatura de Fátima Felgueiras se o seu discurso for todo voltado para a discussão na praça pública de questões sobre as quais o Tribunal já se pronunciou.
Durante muitos anos o slogan foi “Felgueiras, terra com futuro”, sendo que o futuro eternamente prometido, tarda, tarda, tarda…
O “futuro” que nos deram foi o de uma cidade deserta ao fim-de-semana, sem cultura, sem atractividade turística, sem mais-valia gastronómica, não por falta destas no concelho, mas pela inexistência de um projecto global de desenvolvimento – que crie uma verdadeira qualidade de vida -, e a auto-estrada que traria os ditos turistas e a captação de investimento tem dois sentidos e o de saída está com maior fluxo.
Esta, que é também a minha terra - apesar de não ser de cá natural - merece um amplo debate de projectos, de gente que faça. Mas que o faça de forma diferente, pela positiva, sem clientelismo, pressões ou manobras e fugas políticas. Precisamos de quem faça acontecer em Felgueiras, o futuro… hoje.
(*) Expresso de Felgueiras, 31 Julho 2009

segunda-feira, agosto 17

Por cá a temperatura está alta

Em apenas quinze dias de interregno que fiz neste blogue, aconteceu de tudo. A já esperada candidatura de Fátima Felgueiras, assim como o também esperado discurso da vitimização, bem como as “pequenas guerras” dos outdoors. E isto ainda mal começou…