quarta-feira, outubro 8

Um (não) assunto *

Tinha prometido a mim mesmo que não voltaria ao (não) assunto, Escola Profissional de Felgueiras (EPF), a não ser quanto todo o processo de dissolução e consequente solução que a autarquia felgueirense encontrará estiver concluído. Disse, na altura em que o vereador socialista Bruno Carvalho resolveu criar uma petição pública contra o fecho da E.P.F. que despoletou o medo nos pais e alunos, a instabilidade no corpo docente, o “diz-que-disse” e todas as teorias da conspiração, que nunca os alunos e corpo docente seriam prejudicados. Apesar dos piores cenários previstos, traçados e até desejados por alguns para a E.P.F., esta viu as suas contas de 2012 e 2013 aprovadas em Assembleia Municipal, merecendo até um rasgado elogio socialista às contas de 2013, portanto “pós-crise” anunciada. A E.P.F. aumentou o número de alunos, tem um elevado padrão de ensino, os docentes e alunos continuam a receber prémios nas mais variadas áreas, e continua a ser a escola profissional de referência no vale do Sousa e Tâmega. Portanto, o grupo político municipal socialista reconhece que as catástrofes que previram para a E.P.F. não se verificaram.
Contudo, e é por esse motivo que volto ao tema, o grupo político municipal socialista entendeu propor à Assembleia Municipal uma Comissão Eventual da A.M. para acompanhar o processo de dissolução da E.P.F.. Ideia mais disparatada. Desde logo porque a proposta não assegurava a representatividade dos grupos políticos municipais na comissão eventual, mas mesmo ignorando tal facto, demonstrativo da democracia socialista, a ideia subjacente à comissão eventual não existe. Não há qualquer facto concreto, anormal ou de gravidade tal que justifique a constituição de tal comissão. O processo ainda não está concluído, estando a decorrer o prazo legal para a dissolução da sociedade que, repito, não se vislumbra prejudicial para os alunos, docentes e instituição. A existirem eventuais motivos, estes só seriam de verificar no final do processo. Pela intervenção da bancada socialista ficou patente a leitura política, intelectualmente básica, que do chumbo à criação da comissão eventual, se conclui, que a coligação PSD/PPM quer politizar o assunto E.P.F.
Ora, não há maior mentira em todo este processo. Quem é que trouxe à praça pública o tema E.P.F., apresentando-o como uma quase catástrofe em período pré-eleitoral? O PS e o seu vereador Bruno Carvalho. Quem é que, insistentemente, tem trazido à liça em momentos muito concretos, na assembleia municipal, o tema? O grupo político municipal do partido socialista. Das duas uma, ou há muitos interesses escondidos ou muitos favores a pagar. O PSD não alinha neste tipo de jogadas políticas com instituições que merecem respeito e credibilidade. Não faz uso de expedientes políticos com pessoas, instituições como o passado da gestão socialista do concelho nos habituou. Talvez por assim serem e o terem feito, acham sempre que todos os outros são iguais.
Mas eu percebo a tentativa do partido socialista, no dia a seguir às primárias que escolheram o candidato às eleições legislativas, de passar ao lado do assunto. É que não deve ser fácil eleger um candidato apenas porque será o menos mau dos dois, muito menos aquele que foi eleito sem uma única ideia básica que seja sobre como pretende governar e ainda menos que soluções “mágicas” tem. Não deve ser fácil para os socialistas verem com António Costa, que em alguns momentos afirmou que se cometeram erros na governação Sócrates, todos os principais cabeças de cartaz desse mal lembrado governo. Será, se vencerem as eleições, um claro regresso ao passado, ao despesismo, às engenhosas PPP’s, ao défice que o governo seguinte do PSD terá que corrigir. Aqueles que tiverem memória sabem que de todas as vezes em que necessitamos de ajuda financeira, que partido foi chamado a governar a equilibrar as contas e a reganhar o prestígio internacional? O PSD.
* Expresso de Felgueiras, Edição 146

domingo, junho 8

O outro lado da moeda *

O partido socialista foi o vencedor das eleições europeias para o Parlamento Europeu. Disso não há qualquer dúvida. Obteve mais 123.000 votos que a coligação Aliança Portugal (PPD/PSD e CDS/PP) o que corresponde a uma diferença de 3,75%. Mas por que razão o semblante dos socialistas na noite eleitoral não era de grande festa, como se esperava, e os sorrisos eram espartanos?
Apesar da coligação PSD/CDS ter perdido cerca de 517.000 votos em relação às Europeias de 2009, em que concorreram separadamente, - facto revelador da penalização que algum eleitorado quis infligir ao governo suportado pela coligação – o PS subiu apenas cerca de 86.000 votos em relação a 2009. Este facto, aliado à vitória “pouco expressiva”, para utilizar as mesmas palavras de alguns reputados militantes do PS nacional, muitos com responsabilidades políticas nos atuais órgãos do partido, mais do que justifica a falta de champanhe, sorrisos largos e palmadas nas costas habituais nas grandes vitórias. Era do conhecimento público que todo o PS precisava – e esperava – uma grande vitória para cimentar António José Seguro na liderança do PS e contra aquilo que este quis dizer na noite eleitoral como sendo uma “grande vitória” foi logo contrariado pelas vozes do seu próprio partido ainda nessa noite e ao longo do dia seguinte que vieram dizer que os resultados ficaram abaixo do que se esperava atendendo a todo o “desgaste” do governo. Por isso os socialistas estão agora em plena convulsão interna com a liderança a ser, mais uma vez, colocada em dúvida. Terá Seguro mais vidas para gastar?
Destas eleições resultaram vitórias extremamente preocupantes como aquelas que ocorreram em Inglaterra e França com partidos da extrema-direita, que subiu um pouco por toda a europa de uma forma generalizada. A história europeia já nos ensinou que de grandes crises económicas, com enorme desemprego e descontentamento popular, emergem este tipo de discursos extremistas. Não faltam por aí países a querer devolver os emigrantes aos seus países originários face ao desemprego que por lá também existe. Seja porque pretendem abrir os empregos aos nacionais, seja porque não pretendem continuar a pagar subsídios de desemprego, como no caso da Alemanha. Os sinais estão aí, e se a europa não conseguir resolver estas questões politicas teremos graves consequências. É que da última vez em que estivemos numa situação semelhante com partidos de extrema-direita a surgirem com esta força, irrompeu a II Guerra Mundial.
A abstenção foi a grande vencedora em toda a europa, e Portugal não foi exceção com cerca de dois terços dos eleitores a não votarem. Já em 2009 tinha acontecido quase o mesmo sendo a diferença de apenas 2,9%, o que demonstra que, de uma forma generalizada, a maioria dos eleitores portugueses – e já agora europeus - não se interessa pelas questões europeias e a falta de um verdadeiro debate sobre a europa também não ajuda.

Há quem queira fazer uma extrapolação dos resultados das eleições europeias para as legislativas e até mesmo para as autárquicas. Mas mesmo aí as coisas não correram bem para o partido socialista nacional e local. É que no dia das eleições europeias a TVI divulgou uma sondagem que dá um empate técnico entre o PSD e o PS se as eleições fossem legislativas o que quer dizer que o eleitorado sabe distinguir muito bem o que está em causa em cada eleição, ao contrário daquilo que muitos políticos acham. Por outro lado, a nível local, há sempre quem tente disfarçar o péssimo resultado autárquico com uma subida do PS que “quase vencia o PSD”. Só se esquecem de uma coisa, é que foi a primeira vez em que o PSD ganha em Felgueiras quando o PS ganha eleições nacionais e/ou europeias. Aquela ideia que Assis tentou vender em Felgueiras aquando da sua passagem por cá, durante a campanha, aos cerca de trinta apoiantes que o ouviam do cimo das escadas, de que este é um concelho socialista não é verdade. Os felgueirenses sabem distinguir agora que já conhecem o outro lado da moeda.
[Expresso de Felgueiras, 29 maio 2014]

sexta-feira, dezembro 27

Felgueiras está na moda

Nas últimas semanas Felgueiras tem estado presente em quase todos os órgãos de comunicação social. Mas não, não estamos em 2005 nem sequer 2007, estamos no final do ano de 2013, em que já não está à frente dos destinos políticos de Felgueiras o partido socialista, mas sim o partido social democrata, pelo que não há preocupações de que as notícias sejam negativas, ou pelo menos, que envolvam polémicas com pessoas.
Quer seja pelo calçado, pelos produtos agrícolas como o vinho e o kiwi, pelo pão-de-ló ou ainda pelos famosos bordados, Felgueiras é um concelho que vê agora reconhecido o seu valor. Felgueiras tem gente trabalhadora mas, acima de tudo, gente empreendedora, com capacidade para ter dado a volta, adaptar-se à mudança global do mundo dos negócios, da exportação e da moda. Souberam aportar valor aos seus produtos e criar as suas marcas e estilos ditando a moda mundial. Felgueiras é, neste momento e ao lado de Itália, o país do mundo que consegue colocar os seus produtos mais caros no mercado. Tudo isto, claro, é potenciado por uma autarquia que gosta de promover o concelho pelos melhores motivos, com os melhores exemplos, com estratégias próprias, com divulgação do concelho e dos seus produtos nos aeroportos nacionais, com certames como o dedicado ao pão-de-ló (que outros não queriam ver aberto ao país e ao mundo) com valorização das pessoas, do que há em Felgueiras. Mas não foi apenas por isso que Felgueiras apareceu na comunicação social nas últimas semanas, mas também pelas políticas sociais que a autarquia prometeu e continua a implementar e a ampliar, com os apoios às famílias, com particular incidência aos idosos e às crianças. Por mais uma fase do parque radical na zona desportiva terminada e mais um compromisso eleitoral cumprido.
Mas há mais boas notícias. Felgueiras, através do presidente de câmara, Inácio Ribeiro, exercerá a presidência da Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa (CIM-TS) cabendo também ao concelho de Felgueiras o lugar de Primeiro-Secretário. Nunca Felgueiras teve esta representação nos órgãos intermunicipais, nem mesmo quando ex-presidentes de câmara eram “idolatrados” com pés de barro. Sem dúvida que estamos todos de parabéns, o que não percebo é porque nem todos os felgueirenses estão contentes com estas notícias…
Tal como não percebo como determinadas pessoas tem a enorme dificuldade de perceber a decisão da câmara municipal, de afastar a sua sócia minoritária (1%) da gerência da empresa que detêm a Escola Profissional de Felgueiras. É que quando duas sócias perdem a confiança uma na outra, quando de forma reiterada uma delas toma posições contra a sócia maioritária, algumas delas alegadamente a roçar a ilegalidade, a gerir como se fosse única sócia, o desfecho não poderia ser outro que não este. É que esta conclusão e consequência é por demais evidente, mesmo para crianças de seis anos…
* Expresso de Felgueiras, 16 dezembro 2013

quarta-feira, dezembro 18

Que Estado Social?

«Os problemas económicos em Portugal são fáceis de explicar e a única coisa a fazer é apertar o cinto», Diário de Notícias 27 de maio de 1984 e "Anunciámos medidas de rigor e dissemos em que consistia a política de austeridade, dura mas necessária, para readquirirmos o controlo da situação financeira, reduzirmos os défices e nos pormos ao abrigo de humilhantes dependências exteriores, sem que o pais caminharia, necessariamente para a bancarrota e o desastre”. RTP, 1 de junho de 1984. Estas duas frases são de Mário Soares, primeiro-ministro de então, quando o FMI entrou porta adentro para uma assistência financeira sem precedentes. Então, tal como agora, a situação é fácil de explicar: o Estado gasta mais do que as receitas que gera e não tem dinheiro. Quando uma família se vê confrontada com uma quebra de rendimentos no seu agregado familiar fruto, por exemplo, do desemprego o que fazem de imediato? Vão rever o seu orçamento familiar e cortar onde podem cortar, começando sempre pelos gastos mais supérfluos, se não for suficiente começam a cortar em coisas mais importantes que começam a ter influência no dia-a-dia. O passo seguinte é perder toda a qualidade de vida… para tentar sobreviver.
O Estado está a colocar a grande maioria das famílias portuguesas na última fase da perda de qualidade de vida para tentar sobreviver. Mas será que se justifica? Esta é a terceira intervenção de ajuda financeira a Portugal desde o 25 de abril de 74 e não aprendemos nada. Mais ou menos de quinze em quinze anos temos cá ajuda externa a dizer o que devemos fazer e, grosso modo, é sempre o mesmo. Não podemos continuar a gastar o que gastamos em termos de despesa do estado. Não podemos continuar a ter empresas públicas com contas descontroladíssimas a pagar prémios aos funcionários para irem trabalhar! Comparecer ao trabalho é um dever dos funcionários e há milhares de portugueses que não se importavam de ocupar esses lugares sem receberem o prémio de “presença”. Será que eu devo contribuir com os meus impostos para pagar o desconto de 50% nas viagens feitas pelos familiares dos funcionários das empresas de transportes? São pequenos exemplos públicos dos milhares de outras situações que um “Estado Social” criou ao longo destes anos, causando a rutura financeira a que assistimos. Esse não é o Estado Social que defendo. O que defendo permite que os apoios cheguem a todos de igual forma, sem exceção. É aquele que permite um justo equilíbrio entre setor público e privado, em que duas reformas de quinze mil euros por mês não valem o mesmo de uma reforma de quatrocentos euros. Um trabalhador do setor do calçado trabalha uma vida inteira para ter uma reforma de quinhentos euros e um magistrado do Supremo com dez anos reforma-se com milhares de euros por mês? Não é isso que eu quero de um Estado Social. O magistrado deverá trabalhar o mesmo número de anos e reformar-se ao fim do tempo com regras de cálculo da sua reforma iguais aos dos restantes trabalhadores que, mesmo assim, ganharia muito mais.
O que está em causa é apenas e tão só o governo escolher entre ultrapassar esta fase e depois deixar tudo da mesma forma e daqui a quinze anos temos cá outra Troika qualquer, ou aproveitar e fazer uma verdadeira reforma do Estado garantindo maior justiça e melhor distribuição do “social” para todos. Os sacrifícios são muitos, são imensos, todos os portugueses são atingidos, uns mais outros menos. A pergunta que devemos fazer é se chegou a hora de fazermos isto pelo nosso país pelos nossos filhos e netos, ou nos fecharmos em defesa de interesses setoriais, muitas vezes de meia dúzia de pessoas, colocando em risco o futuro de todos.
Mário Soares, histórico socialista, e autor do “apertem o cinto”, apela agora diretamente à violência dos portugueses para com o governo e o Presidente da República. O que fez ele para evitar a situação em que chegamos enquanto primeiro-ministro e Presidente da República? Ou, isto é apenas o último folego?
* Expresso de Felgueiras, 25 novembro 2013

sexta-feira, novembro 29

Alterações na Escola Profissional de Felgueiras

Segundo o “Público”, a autarquia procedeu a alterações na estrutura da Direção Executiva da Escola Profissional de Felgueiras (EPF), substituindo Paula Dantas (que exercia funções há cerca de 22 anos).
Para quem acompanhou todo o processo da EPF a substituição de Paula Dantas na gerência da sociedade (em que a câmara é detentora de 99% do capital), era o desfecho lógico. O comportamento da sócia minoritária para com a sócia maioritária – relembro apenas episódios de reuniões, de fugas de informação, o incumprimento de alguns deveres - e, na fase final, de uma oposição e confronto à sócia maioritária ditaram a sentença que, a meu ver, a própria procurou.

Para quem anda preocupado com a nomeação do Dr. José Mendes, apenas pergunto: Têm um outro nome que quisessem apresentar com melhores capacidades e que merecesse a confiança da sócia maioritária? Coloquem-se na situação: Algum de vocês atribuía a gerência de uma sociedade vossa a alguém que não confiasse? Também me parece que não… 

sexta-feira, novembro 15

Zangam-se as comadres...

Durante a campanha eleitoral disse aquilo que pensava, como é meu hábito, sobre as candidaturas e sobre os candidatos, especialmente nesta crónica. Fui criticado por expor o candidato socialista, perdi amizades de muitos anos por isso, tive discussões nas redes sociais. Hoje, vejo essas mesmas pessoas a reconhecer que, de facto, o candidato era fraco, uma aposta errada e que, segundo alguns “ainda bem que perdeu”. Referem publicamente pormenores ainda mais violentos do que aqueles que chamei à atenção. Claro que tudo isto tem a ver com as eleições para a concelhia socialista de Felgueiras e, não fosse isso, tudo iria continuar como antes.

quinta-feira, novembro 14

É tempo de unir, não de dividir

Foram empossados, no passado dia dezanove, os membros da Assembleia Municipal e do Executivo Camarário. Foi eleita a Mesa da Assembleia Municipal, tendo a presidência da mesma ficado a cargo, como seria de esperar, do Dr. Rui Marinho, cabeça de lista pela coligação Manter a Esperança. A cerimónia protocolar foi simples, sem luxos e com uma sala cheia de convidados e população, que quiseram ver tomar posse, aqueles que ajudou a eleger. Estas eleições representaram também uma mudança no cenário político e administrativo do concelho. Ocorreu uma mudança significativa no número de mandatos do executivo, uma vez que passaram de seis para nove, por força do número de eleitores, e a questão da união das freguesias. Tais alterações vão traduzir-se em implicações bem mais profundas, na forma de fazer política do que inicialmente alguns poderiam pensar.
Desde logo o número de mandatos para a Assembleia Municipal foi redefinido, passando os eleitos diretos a ter mais representantes que os presidentes de juntas de freguesia que, por inerência, têm assento na A.M., e por isso, presumo, haverá mais discussão política e estratégica do que «faits divers» que, infelizmente, o passado foi profícuo. Com uma reformulação quase completa nas listas do PSD e PS, assim como a entrada de dois membros do CDS, deseja-se que sejam evitáveis as cenas lamentáveis de algumas A.M., assim como o passear de algumas vaidades pessoais. Por outro lado, com a união das freguesias, os atuais presidentes de junta vão ter que juntar ao seu leque de competências, mais uma: a diplomacia. Sabemos todos que esta questão da união das freguesias está muito longe de ser uma solução perfeita, e menos ainda de ter o consenso de todos. Por isso – e também pelas notícias vindas a público de algum mal-estar das populações em tomadas de posse das freguesias – se espera que os presidentes de junta exerçam um mandato justo, equilibrado quanto aos seus fregueses e às medidas e obras realizadas. Todos sabemos que, com a união de freguesias, algumas delas tiveram um peso maior na eleição dos executivos e seria muito mau ver alguns presidentes de junta deixarem para segundo plano alguma delas. Basta para isso, deixarem de prestar às populações os esclarecimentos, ou a informação dos benefícios que podem usufruir. Foi isso que se constatou durante a campanha eleitoral. Como é possível que não se façam chegar às populações as informações dos benefícios que podem usufruir como, por exemplo, a diminuição ou isenção das taxas de água e lixos, os apoios aos idosos, aos estudantes? E isso acontece por falta de zelo dos eleitos ou com a intenção declarada e preocupante de omitir para tirar dividendos políticos, prejudicando objetivamente as populações? Independentemente da cor política da junta ou do executivo camarário, o trabalho conjunto e a lealdade devem existir. Nenhuma das ex-freguesias deverá perder a sua identidade, as suas tradições, as suas gentes, devem antes fazer parte de uma grande união multifacetada de onde devem ser aproveitados os melhores exemplos para a promoção local.

Em jeito de conclusão, o concelho de Felgueiras tem a oportunidade de, em tempos difíceis e exigentes como estes que o país atravessa, seguir na frente, na vanguarda, aproveitando o que de melhor temos, com ações concretas e objetivas, com ambição, mas também com um enorme sentido de responsabilidade de todos os atores políticos, executivo e oposição, Assembleia Municipal e juntas de freguesia, saberem dar o melhor que têm, sem pensarem numa qualquer data daqui a quatro anos.
* Expresso de Felgueiras, 28 outubro 2013

quinta-feira, novembro 7

Eleições PS Felgueiras

Poucas semanas depois das eleições autárquicas vemos alguns militantes e simpatizantes do PS a pedir mudanças na liderança do PS Felgueiras. Não é nada que me surpreenda, aliás, disse e escrevi isso mesmo por várias vezes. Era claro que a dita “família” socialista não existia e que alguns dos que se tinham aproximado da candidatura socialista apenas o fizeram para não estarem “fora de jogo” no pós-eleições que muitos vaticinavam já como um cenário de derrota. Agora que o PS marcou eleições em todas as concelhias para o início de dezembro, o que vão fazer os socialistas de Felgueiras? Será que é desta que Manuel Machado encabeça uma lista à liderança? Será desta que o partido aproveita para uma renovação, para rejuvenescer os seus quadros? Aceitará Eduardo Bragança sair para dar lugar a outros ou, como muitos esperam, escolherá a sua sucessão?

Há uma questão que o PS terá que lidar: a continuação de Eduardo Bragança como vereador. É que tenho sérias dúvidas de que a nova liderança (quem quer que seja) consiga implementar uma forma diferente de fazer oposição com Eduardo Bragança e o seu “peculiar” tipo de oposição.  

terça-feira, outubro 29

Resultados e responsabilidade *

Levados a escolher democraticamente o executivo municipal, os felgueirenses decidiram por dar continuidade ao projeto liderado por Inácio Ribeiro, desta feita por uma esmagadora maioria. Foram muitos os que apostavam noutro tipo de resultados face ao cenário político. O descontentamento mais ou menos generalizado face ao governo, a baixa popularidade do PSD, a união da família socialista felgueirense (de que eu sempre duvidei) fizeram com que o PS Felgueiras almejasse chegar à vitória.
Mas os felgueirenses pensaram de outra maneira e deram à coligação PSD/PPM, uma maioria com mais de dezanove mil e quinhentos votos, contra os cerca de oito mil e setecentos do PS, ou seja, mais do dobro dos votos. Se analisarmos a questão tendo em linha de conta que o anterior parceiro de coligação do PSD teve dois mil e quatrocentos votos e que mesmo assim o PSD subiu dois mil e seiscentos votos, a vitória ainda é mais impressionante. Significa isto também que a família socialista que há quatro anos teve (entre o também então candidato Eduardo Bragança e Fátima Felgueiras) quinze mil e quinhentos votos, baixou para oito mil e setecentos em apenas quatro anos. Sem dúvida nenhuma que os socialistas de Felgueiras necessitam rever a sua estratégia política, até porque quanto mais construtiva e forte for a oposição, melhor deverá ser o trabalho do executivo, saindo todos nós felgueirenses beneficiados.
Apesar de o candidato socialista à Assembleia Municipal, Júlio Faria, ter conseguido mais dois mil votos que o próprio candidato à câmara Eduardo Bragança, o grupo parlamentar da família socialista ficou reduzido a nove deputados, contra os dezasseis de há quatro anos. Será tarefa muito complicada para o PS fazer esta travessia do deserto.
Mas, mais importante que todos os resultados, será o trabalho desde novo executivo camarário, reforçado agora com mais dois elementos – fruto do aumento do número de vereadores de sete para nove -, passando a coligação PSD/PPM a deter seis vereadores contra os três socialistas. Os compromissos assumidos, as preocupações com as famílias, os novos apoios sociais, os incentivos económicos e culturais, assim como os apoios aos jovens, devem e têm que ser cumpridos.
Os felgueirenses concordaram com o que foi feito e quiseram manter a esperança num concelho ainda melhor. Por isso, deram a este executivo uma ainda maior responsabilidade ao reforçar a maioria com que governarão. Só depende do executivo decidir o que fazer com essa responsabilidade.
* Expresso de Felgueiras, 10 outubro 2013

sexta-feira, outubro 4

Rescaldo Eleitoral

No rescaldo da noite eleitoral, que apurou uma enorme vitória por parte da coligação Manter a Esperança, subiu de 48,65% (17938 votos) para 58,38% (19615 votos), há vários aspetos a ter em conta. Os resultados propriamente ditos e a flutuação da orientação de voto do eleitorado.
Há quatro anos a coligação PSD / CDS-PP, obteve quase dezoito mil votos, contra os cerca de sete mil do PS e os nove mil e quinhentos do MSP, um dos “ramos” da família socialista de Felgueiras. No total, a família socialista obteve cerca de 16.500 votos. Seria expectável que nestas eleições, mesmo com todos os “anti-corpos” do candidato Eduardo Bragança, o resultado fosse mais discutido. Afinal, dos cerca de 16500 eleitores que tiveram a orientação de voto na família socialista em 2009, apenas 8700 votaram no PS.
Mesmo contando com cerca de mais 3000 abstencionistas em 2009, a subida do CDS-PP para 2400 votos (incorporando muitos votos de protesto), o PS fica muito abaixo daquilo que todos estariam a prever, mesmo os adversários.

Que ilações deverá a liderança socialista tirar dos resultados?

Que seja o concelho a ganhar

Última semana de campanha e as candidaturas desdobram-se em atividades, procurando convencer os eleitores. As estratégias de campanha são mais apuradas e o marketing político faz a sua parte. Há estratégias mais atrevidas que outras, mas há um partido político que tem utilizado uma que é bastante arriscada na minha opinião. Onde há agregação de freguesias, em que existe apenas uma candidatura, mas composta por elementos das várias freguesias, como por exemplo a União de freguesias de Margaride, Várzea, Lagares, Varziela e Moure, optaram por retirar o cabeça de lista da candidatura dos cartazes, colocando apenas o representante da freguesia na lista, assim como nos infomails são apresentados com o dito representante. Das duas uma, ou não acreditam no cabeça de lista à União de freguesias, ou pretendem levar o eleitorado ao engano, pensando que estão a votar num cabeça de lista quando na realidade é outro. O que eu acho é que ainda há pessoas que menosprezam a inteligência dos eleitores.
Por outro lado temos outra candidatura, que está no poder, que faz o balanço do que prometeu e cumpriu, do que foi melhorado em quatro anos. Sim, convém não esquecer que os socialistas estiveram à frente do governo do concelho durante trinta e quatro anos e o PSD apenas quatro. Para quem gosta de dizer que se fez pouco, eu costumo responder que se fez muito, mas mesmo muito. O principal motivo porque digo isto é muito simples. Felgueiras era conhecida apenas há quatro anos atrás, pela terra do saco-azul, onde todo o tipo de suspeições existiam, onde (e basta fazer uma pesquisa no site da Marktest) apareceram mais notícias negativas do que em qualquer outro período do nosso concelho. Isso acabou. A maior vitória, e a maior obra deste executivo foi retomar o bom nome de Felgueiras, terra que com sessenta mil habitantes exporta mais de setecentos milhões de euros em calçado, vinho, kiwis, bordados e vários outros setores. Isto deve-se à gente trabalhadora e esforçada, aos empresários e empreendedores, mas também ao bom clima, propício ao desenvolvimento, que aqui se verifica. Eram muitos os empresários que pensavam deslocalizar indústria para Lousada, Celorico, Mondim e que depois optaram por ficar no concelho.
Mas também há muita obra social. A começar pelos manuais escolares entregues de forma gratuita aos alunos, uma promessa eleitoral cumprida. Outros votaram contra essa medida e agora, em altura de eleições, surgem a oferecer lápis e cadernos a quem os quiser ir buscar. Outra das medidas foi a baixa do IMI para as taxas mínimas, colocando Felgueiras como um dos poucos concelhos do país a praticar tais taxas beneficiando os felgueirenses através de uma baixa de impostos. Outros prometem agora no seu manifesto que vão “assegurar o IMI na sua taxa mínima, durante o mandato”. Na semana passada votaram, em reunião de câmara, contra a proposta do PSD de manter as taxas do IMI no mínimo. É esta a responsabilidade do partido socialista? É isto que os felgueirenses querem para Felgueiras? Alguém que promete uma coisa, e em plena campanha eleitoral faz outra?
É por este cenário que é importante que exista uma maioria clara para governar Felgueiras. Alguém imaginaria o que seria o presidente propor as medidas sociais que quer realizar no próximo mandato, como a gratuitidade das vacinas para as crianças, e a oposição vir a conseguir chumbar tais medidas por não haver maioria? Outros cantariam vitória apenas com um cenário destes, mas quem fica a perder são os felgueirenses! Pelas atitudes ao longo deste mandato a oposição demonstrou claramente que se preocupa mais com as suas questões eleitoralistas do que com a população, preocupa-se mais com o seu próprio projeto pessoal que com as verdadeiras obras que se podem fazer, aquelas que mudam a vida das pessoas no imediato, para muito melhor.
Por todos estes motivos é muito importante que todos os felgueirenses vão votar, que exerçam o seu direito, a arma mais poderosa que têm, para demonstrar claramente a sua escolha! Independentemente de como terminar, espero que seja o concelho a ganhar. 
* Expresso de Felgueiras, 24 setembro 2013

quinta-feira, setembro 19

Os felgueirenses sabem *

No meio de beijos, abraços e rasgados sorrisos, o candidato socialista Eduardo Bragança, que não é conhecido pela sua particular simpatia durante quatro anos, vai tentando fazer passar a ideia da sua preocupação com as populações quando passou um mandato a votar contra tudo o que eram medidas sociais com argumentos completamente alucinantes, enquanto vereador. Mas os socialistas não conseguem confiar em Eduardo Bragança. Enquanto tomava café, dizia uma senhora socialista há muitos anos e sobejamente conhecida na estrutura, que não concordava com uma série de coisas. Normal em democracia esta partilha de opiniões, em que eu não deixei de contribuir com um esclarecimento do assunto. Saindo as duas companhias de conversa, confessava-me ela que, neste candidato não votará. “Não confio nele” disse ela com o resto do café a ouvir acrescentando a sua incompetência e falta de preparação democrática ao rol de adjetivos, que não reproduzo. Explicou-me então que a ideia aparente de uma “união” socialista não existe verdadeiramente, sendo que, uma larga maioria dos que estiveram ao lado do movimento Sempre Presente, não votarão em Eduardo Bragança, dispersando os votos.
Para além de tudo isto, as contradições de Eduardo Bragança continuam nas suas promessas. Critica e vota contra enquanto vereador das medidas sociais, das medidas para as famílias, para os idosos, para as crianças que nem os livros escolares queria que se entregassem gratuitamente (medida que está a ser prometida apenas agora por esse Portugal fora e que em Felgueiras já existe há quatro anos) e agora vem prometer medidas sociais como se tivesse uma preocupação com as pessoas. Por um lado critica a falta de “grandes obras” – esquecendo os quilómetros de saneamento e água, os muros, os arruamentos, o alargamento de dezenas de caminhos, mas também a execução de obras como a Casa das Torres em que houve zero euros de desvio e um atraso de uma semana na entrega da obra, ou a conclusão de centros escolares onde faltava quase tudo, incluindo projetos, ou as obras na zona do Ladário da Lixa, prometidas como muitas outras há muitos anos pelos executivos socialistas e nunca feitas, deixando a Lixa como cidade de “segunda classe”, ou a Praça Dr. Machado de Matos que mereceu os maiores elogios por parte do arquiteto Siza Vieira, tanto pela forma como câmara acompanhou a obra com os seus técnicos, como pelo facto de não existir derrapagem financeira na obra, o que em Portugal não existe segundo o próprio  – e por outro, crítica os apoios sociais. Se eu não conhecesse a pessoa em causa, poderia dizer que é um verdadeiro caso de “bipolaridade”, critica o que foi feito, prometendo agora não só o mesmo como o reforço dessas mesmas medidas.
Mas os felgueirenses conhecem o que tiveram durante trinta e quatro anos de poder socialista e a diferença para bastante melhor em apenas quatro anos. Nós sabemos a imagem que o concelho tinha no exterior e o que cá se faz agora, o que existe o que foi feito.

Na última crónica, por lapso, referi que um candidato do PS atingiu o limite de mandatos numa junta de freguesia que não era alvo de agregação, quando na realidade atingiu o limite numa freguesia que foi agregada com outra. Apesar de não alterar a analogia que estava subjacente - que o PS defende nas suas fileiras uma coisa e tenta depois impugnar as candidaturas dos autarcas do PSD, alegando que estes não podem -, ao visado as minhas desculpas.
* Expresso de Felgueiras, 12 setembro 2013

sexta-feira, setembro 13

Agosto estival

Mesmo não estando no período de campanha eleitoral as máquinas partidárias estão quase a todo o vapor. Não apenas porque estamos a um mês das eleições e todo o tempo é pouco, mas porque a questão das impugnações e contestações a listas eleitorais autárquicas obriga a trabalho suplementar. Há decisões para todos os gostos e feitios, decisões diferentes proferidas pelo mesmo trabalho sobre as mesmas listas e ainda, veremos, a decisão final do Tribunal Constitucional.
Felgueiras não foi exceção. O Bloco de Esquerda, seguindo as mesmas orientações nacionais, impugnou a lista onde concorre à junta de freguesia. O PS Felgueiras, através dos seus candidatos, fez o mesmo, impugnando todas as listas onde houve União de Freguesias e o PSD apresentou como cabeça de lista, os anteriores presidentes de junta de freguesia. Entendeu o PSD, e na minha opinião bem, que passando a existir uma nova unidade territorial a questão da limitação de mandatos não se coloca. Dessa forma também o Tribunal Judicial de Felgueiras assim decidiu, prosseguindo assim as candidaturas. Até aqui tudo normal, não fora um pormenor. É que o PS Felgueiras, que impugnou as listas através dos seus candidatos, tem, nas suas fileiras um presidente de junta de freguesia recandidato, que atingiu o limite de mandatos, em que não houve União de Freguesias e, por isso, se encontra objetivamente impedido pela lei de ser elegível. Ou seja, o PS Felgueiras e o seu candidato Eduardo Bragança têm dois pesos e duas medidas, conforme seja sua, ou do adversário a candidatura, sendo que no caso do PS é uma clara violação da lei, uma vez que é na mesma freguesia (não houve união) e o candidato já atingiu o limite de três mandatos. O PSD Felgueiras não impugnou a lista do PS. Mas é esta a esquerda que temos; aquela que se acha dona da verdade moral e social, como escreve João Miguel Tavares na sua crónica do “PÚBLICO”. As discussões com a esquerda são sempre colocadas no plano moral, como se a decisão social da esquerda fazer algo é puramente sua competência e exclusividade e quando a direita as toma – e em Felgueiras tomou-as muito mais que a esquerda – é porque estão vendidos ao capital privado, a lóbis e interesses privados. E aí, passamos para a discussão de infantário onde se reivindica que as medidas foram poucas, ficaram aquém do prometido. Esse foi o mesmo princípio que Eduardo Bragança utilizou para votar contra (isso mesmo, contra) a atribuição de livros de forma gratuita aos estudantes do nosso concelho, alegando que ficava aquém do prometido. Isto é a mesma coisa que tendo sido prometidas fazer cinco estradas, se vote contra a construção da primeira porque não se constroem as cinco ao mesmo tempo. Não faz qualquer sentido, assim como o argumento do vereador socialista e agora candidato a gerir os destinos da câmara municipal, também não faz.

Vemos Portugal a arder de norte a sul, com os bravos guerreiros que são os bombeiros, mesmo completamente exaustos, a lutarem sem tréguas contra o crime que os incendiários cometeram. Até ao momento, e acabo de ouvir a notícia de mais um bombeiro que perdeu a vida, são já cinco os mortos de entre as suas fileiras. A todos os bombeiros e bombeiras deste país o meu sincero obrigado!
* Expresso de Felgueiras, 30 agosto 13

Nota: por lapso, referi que um candidato do PS atingiu o limite de mandatos numa junta de freguesia que não era alvo de agregação, quando na realidade atingiu o limite numa freguesia que foi agregada com outra. Apesar de não alterar a analogia que estava subjacente - que o PS defende nas suas fileiras uma coisa e tenta depois impugnar as candidaturas dos autarcas do PSD, alegando que estes não podem -, ao visado as minhas desculpas.

quinta-feira, agosto 22

Já foi tempo!

Há coisas que eu não compreendo, saem da minha compreensão, mesmo sendo questões políticas. É impressionante a desfaçatez com que pessoas responsáveis, com cargos políticos autárquicos, venham contar cá fora “versões” das coisas completamente adaptadas ao que precisam para denegrir a imagem pessoal de quem querem vencer nas próximas eleições autárquicas. Só que pensam, e devem estar mesmo convencidos disso, que os eleitores são burros e mal esclarecidos! Isso já foi tempo senhores!

quinta-feira, agosto 1

Fake

são inúmeros os perfis fake que por aí andam agora. basta ver a página da candidatura de Inácio Ribeiro à câmara municipal. a data de criação é de há um dia ou dois e o único objetivo é criar ruído e dúvida... começam cedo para as campanhas que ainda estão a dois meses.

segunda-feira, julho 29

É Obra!

A cada novo período eleitoral autárquico a história repete-se. É o fervor do fecho das listas, com os últimos contactos, as surpresas das caras que surgem em algumas delas, é o colocar das máquinas eleitorais em funcionamento, dos outdoors, dos programas e manifestos e um sem número de coisas que todas as candidaturas têm que efetuar. Mas é também tempo das apresentações públicas das candidaturas. No último fim-de-semana, o PS Felgueiras apresentou o seu recandidato, Eduardo Bragança (derrotado nas últimas eleições autárquicas naquele que foi o pior resultado de sempre do Partido Socialista em Felgueiras), ao concelho. Já anteriormente, o PSD e o PPM tinham apresentado a Coligação «Manter a Esperança» cujo cabeça de lista é o atual presidente de câmara, Inácio Ribeiro, eleito há quatro anos, naquela que foi a primeira vitória da direita, em eleições autárquicas desde o 25 de abril.
Estas candidaturas revestem-se quase sempre do mesmo formato; apresentação formal do candidato, ou dos candidatos aos diversos órgãos, com a presença do maior número de simpatizantes e apoiantes possível como forma de se começar desde logo a “contar bandeiras”, assim como os líderes políticos mais relevantes que vêm apadrinhar as candidaturas. No caso do PSD, evitando o desgaste natural dos elementos do governo, vieram deputados, líderes distritais e nacionais. No caso do PS veio o líder nacional José António Seguro, dar a necessária cobertura à candidatura de Eduardo Bragança. Até aqui nada de anormal não fosse o facto de, nas listas a que Seguro veio dar chancela, fazerem parte elementos que tinham sido expulsos do Partido Socialista aquando das candidaturas independentes de Fátima Felgueiras. Nada tenho contra isso, aliás, algumas dessas pessoas são até dos elementos mais válidos que o partido socialista tem em Felgueiras, o que os eleitores por certo não perceberão é a incoerência destas atitudes. Por um lado perderam a sua qualidade de militantes, por outro, o líder do seu partido veio dar o seu aval à sua candidatura… se é que sabia.
Cerca de dezena e meia de militantes históricos do CDS-PP Felgueiras, convocaram uma conferência de imprensa para declararem publicamente o seu apoio à coligação “Manter a Esperança” (PSD/PPM) e se afastarem da estratégia seguida pelo seu partido para estas eleições que classificaram como o “pior erro político do CDS Felgueiras”, referindo-se, naturalmente, ao facto de a líder centrista, Madalena Silva, ter optado por romper com a coligação vencedora que mantinha com o PSD desde 2009, e apresentar o partido sozinho a eleições. Trata-se naturalmente de um enorme revés para a candidatura centrista de Carla Carvalho. Tendo sido um segundo nome escolhido para liderar a candidatura à autarquia – Luís Miguel Nogueira foi o primeiro nome avançado pelo CDS-PP – a poucos meses das eleições autárquicas e a ver membros históricos locais a não se reverem na sua candidatura fica ainda mais difícil conseguir defender um resultado que a líder concelhia, Madalena Silva, colocou muito alto.

Pelo que tenho lido e ouvido, parece que alguns políticos e comentadores não perceberam a mensagem dos outdoors que a coligação “Manter a Esperança” colocou na rua. Talvez por ser inovadora (mesmo a nível nacional) e por ter um político a prestar contas ao eleitorado. Na maioria dos outdoors aparece reproduzido um outro, utilizado na anterior campanha eleitoral, com um compromisso assumido pelo atual presidente da câmara municipal, Inácio Ribeiro, e do outro lado o que foi feito em relação a isso. Assim não há dúvidas. Os eleitores podem avaliar por si mesmos o que foi prometido e o que foi cumprido e, diga-se em abono da verdade, é preciso estar muito seguro do número de compromissos assumidos e que foram cumpridos para se expor assim à avaliação dos eleitores. É que de facto, este executivo pode gabar-se de ter uma taxa de execução daquilo que foram os seus compromissos eleitorais superior a oitenta por cento! É obra! 
in Expresso de Felgueiras, 26 de julho 2013

quinta-feira, julho 18

A união socialista

Em declarações ao Expresso de Felgueiras, Horácio Reis, ex-vereador de Fátima Felgueiras, vem apelar aos elementos que fizeram parte do Movimento Sempre Presente (MSP), para darem o apoio à candidatura socialista de Eduardo Bragança à CM Felgueiras.

Não deixa de ser interessante que há dias atrás Eduardo Bragança tenha afirmado ao Expresso de Felgueiras a total união de todos os socialistas e afinal parece que não estão assim tão unidos. Aliás, as discussões nas reuniões socialistas e a consequente saída a meio de alguns elementos demonstram bem que poderá haver tudo menos união em torno da candidatura de Eduardo Bragança. 

E mais uma petição...

Recebi um convite, do ilustre parceiro deste blogue, Bruno Carvalho, para assinar uma petição em “defesa da candidatura para CQEP da Escola Secundária de Felgueiras”.
Lido o texto, e inteirando-me da situação, tudo isto me parece completamente descabido. Em primeiro lugar pela posição do autor da subscrição, Bruno Carvalho. Para quem há uns meses atrás defendia de uma forma acérrima a Escola Profissional de Felgueiras, invocando as suas excelentes capacidades de recursos para um ensino profissional de excelência, vem agora defender que deve ser a Escola Secundária a ficar com o Centro de Qualificação e Ensino Profissional. E mais, sabendo que a candidatura implica a organização com parceiros privilegiados, entre os quais a Escola Secundária de Felgueiras e que a questão dos financiamentos está, também, garantida no caso da EPF tal como no caso da Escola Secundária de Felgueiras, não se percebe a situação nem a falta de coerência, a não ser pelo motivo justificativo e óbvio de aproveitamento político em altura de eleições.

segunda-feira, julho 15

É para se ver mesmo

Não deixa de ter a sua piada assistir ao exercício do “ex-putativo” candidato, na sua crónica, tentando menorizar aquilo que está à frente e é reconhecido por uma larga maioria de felgueirenses. O bom trabalho efetuado por este executivo camarário liderado por Inácio Ribeiro. Tentando chamar “justificação” à comparação entre o que foram os compromissos assumidos pelo então candidato, e hoje presidente da câmara, e o que foi feito.

Sei que pode incomodar muita gente, que não dá jeito nenhum este tipo de comparação, que era preferível não mostrar. Mas está aí… para se ver.

Paulo Portas...

Paulo Portas é um hábil político. Tem um felino instinto político, com uma enorme capacidade de sobrevivência, que lhe tem valido para estar, depois de tudo, ainda a fazer estragos. No momento em que escrevo estas linhas, o Presidente da República já disse, embora implicitamente, que não dá o aval a esta remodelação governamental, fruto da birra política de Paulo Portas. Não digo que, eventualmente, este até não tivesse razão em relação ao facto de o primeiro-ministro não obter dele o acordo quanto à nova ministra das finanças, ou que sobre outras matérias igualmente mais importantes também o não tenha feito. Contudo a questão é bem mais grave e profunda do que isso.
Para quem tem um discurso público de sentido de Estado, de que o País está em primeiro lugar, o líder do CDS, colocou o partido e a sua própria sobrevivência política acima de tudo. Atendendo ao desgaste que o governo está a ter – e teria outro qualquer na atual conjuntura económica – o CDS arriscaria desaparecer e a tornar-se ao velhinho partido do táxi. Assim, a única forma de conseguir ter aqui um trampolim seria conseguir colar a sua imagem a algo positivo. Segundo algumas informações e previsões, Portugal terá fechado o segundo trimestre com crescimento económico. Muito residual, é certo, mas com crescimento. Se associarmos isso ao facto de no próximo ano a Troika ir embora, a Paulo Portas ter sido proposto para chefiar as negociações com os mesmo e ter, na sua mão, o dossiê da Reforma do Estado, valeria enormes scores eleitorais. Está na altura de ir desapertando o colete de forças, a aparecerem resultados, e o CDS, mas principalmente Paulo Portas, estariam na linha da frente a colher os louros.
O que o CDS e o próprio primeiro-ministro, a bem da verdade acho que quase ninguém, contava era que o Presidente da República dinamitasse por completo as pretensões de Passos Coelho e de Paulo Portas. Mas só quem não conhece Cavaco Silva e a sua aversão pelas jogadas políticas do líder centrista, achava que, a bem da estabilidade política a todo o custo o Presidente deixava passar mais esta… Assim, estamos em suspenso aguardando o desenrolar dos próximos capítulos, que, independentemente da solução, serão sempre provisórios e de estabilidade questionável.
António José Seguro já fez saber que não viabilizará qualquer entendimento político a não ser num cenário de eleições imediatas, cabendo por isso a Cavaco Silva duas alternativas. Ou toma a iniciativa de um governo ou convoca eleições já. Sabendo da sua aversão à instabilidade preferirá sempre um governo de sua iniciativa, mas também não a todo o custo. Uma coisa é certa, ou temos cuidado ou seremos outra Grécia.

Por cá, o atual presidente da câmara e candidato pela coligação “Manter a Esperança” entre o PSD e o PPM, Inácio Ribeiro, fará a apresentação pública da sua candidatura este domingo pelas 18h na Casa das Artes. Será uma primeira presença enquanto candidato pelo que é espectável que faça um balanço do mandato que agora termina e das principais linhas orientadoras para um próximo. Já agora, uma informação que muitos não sabem. É que Inácio Ribeiro é o primeiro presidente da câmara municipal de Felgueiras a conseguir executar mais de oitenta por cento dos compromissos eleitorais assumidos na anterior campanha.
* in Expresso de Felgueiras, 11 julho 2013

terça-feira, julho 2

Vai começar...

Tal como o ministro das finanças, eu uso a mesma desculpa esfarrapada: a culpa foi, sem dúvida, do tempo. A pré-campanha eleitoral, os movimentos dos candidatos e dos que se perfilam para o ser, estavam em fase de hibernação. Agora, com o chegar do verão e, finalmente, do calor, regressam em força. Para além dos candidatos já conhecidos – Inácio Ribeiro (PSD), Eduardo Bragança (PS) e Carla Carvalho (CDS) - foi divulgado que Sara Oliveira será candidata do BE à autarquia felgueirense. Estará fechado o leque de candidatos à câmara municipal de Felgueiras? Eu acho que, salvo grande reviravolta, não deverão surgir mais candidaturas.
Contra as vontades de muitos, os barómetros e estudos que foram feitos teimaram em não dar o resultado pretendido, tendo inibido os putativos candidatos de avançarem com uma candidatura “independente”.
Portugal tem visto crescer o número de candidaturas “independentes” fruto de “movimentos populares” e da verdadeira vontade do povo que não se revê nos políticos. O que acabei de afirmar seria, claro está, o ideal onde assentam as candidaturas independentes mas, aquilo que se verifica na maioria delas é que os candidatos “independentes” são desavindos dos partidos políticos ou porque os convidaram a sair, ou porque os não deixam entrar. Seja como for, são muito raros os casos em que um independente é uma pessoa reconhecida pela sociedade, sem ligações partidárias, que se disponibiliza para a causa pública, servindo e não servindo-se dela para as suas próprias metas e objetivos. Utópica esta minha visão, dirão muitos de vocês – e talvez seja obrigado a concordar um bocadinho – mas enquanto não desistirmos de ter isso em mente, de sabermos que aí é que está a diferença, aí é onde reside o futuro, talvez tenhamos hipótese de mudar o status quo instalado.
Mas voltando ao nosso concelho, vamos assistir, quase pela certeza, ao arranque da pré-campanha e aos cartazes de rua de todas as candidaturas (o CDS já começou) aproveitando estas festas de S. Pedro. Sendo um marco importante das festas concelhias, a pouco tempo das eleições – parece muito mas se tirarmos a época de férias sobra pouco – vai sendo hora de colocar os rostos e os programas na rua.
Mas o que esperar dos candidatos da oposição? Estará, desta feita, Eduardo Bragança preparado para aumentar o número de votos e, quem sabe, fazer com que o partido socialista regresse ao poder? Estará Carla Carvalho à altura das ambições de Madalena Silva? Terá a força anímica para recuperar o CDS da machadada da troca de candidato? Estará o PSD a assistir de camarote e a pensar que são “favas contadas” apenas porque este mandato é considerado por todos como muito bom? Espero bem que não, a bem de todos nós. Espero que vejamos uma campanha na rua com boas propostas, com propostas exequíveis, que façam a diferença na população, no seu dia-a-dia. As pessoas estão fartas de grandes e longínquas promessas que nunca saem do papel. Espero uma oposição aguerrida, com urbanidade e elevação, a contestar, a reivindicar, a propor alternativas, coisa que não fez durante todo o mandato. É que se a oposição for forte, ganhe quem ganhar, nós, os felgueirenses ficamos sempre melhor.
in
Expresso de Felgueiras, 26 junho 2013

segunda-feira, abril 29

E o CDS-PP faz mais um flic-flac


O CDS-PP adiou a apresentação do seu candidato à câmara municipal de Felgueiras sine die, sem dar qualquer explicação até ao presente momento, nem no seu blogue, nem nas redes sociais. Será que as declarações de Paulo Rebelo tiveram efeito dentro do CDS-PP Felgueiras ou há novas parcerias que fizeram o CDS-PP ter que reajustar a candidatura?
Será que o CDS-PP na sua infinita ansia de poder vai unir esforços com a sempre socialista Fátima Felgueiras? Será que o CDS-PP que sempre – bem, houve algumas derivações – se afirmou opositor de Fátima Felgueiras percebeu agora que afinal o candidato lançado há um ano, com anúncios na comunicação social nacional, não serve?
Será que Fátima Felgueiras não tem financiadores no partido socialista e precisa do financiamento de Madalena Silva para a sua campanha?
E como vêm os democratas-cristãos de Felgueiras este flic flac, da sua direção partidária? E, pior, que exemplo estão a dar aos mais jovens que dizem tanto querer cativar ao mostrarem, por atos, que vale tudo na política? Afinal… faz o que eu digo, não o que eu faço. 

terça-feira, abril 16

O CDS e a sua estratégia...


Na última edição do Semanário de Felgueiras, Paulo Rebelo, presidente da Assembleia Municipal de Felgueiras eleito nas listas da coligação PSD/CDS-PP, dá um rude golpe na estratégia do CDS-PP local para as eleições autárquicas.
De facto, ninguém percebe o afastamento político do CDS-PP em relação ao seu parceiro de coligação, nem mesmo os próprios. O Dr. Paulo Rebelo exteriorizou aquilo que muitos companheiros de partido dizem apenas no café.
A estratégia do CDS só se perceberá se o pretendido for obter o maior número de votos possíveis com a esperança de conseguir negociar coligações nas juntas de freguesia e, correndo mal para o PSD, na câmara. Mas o CDS faz uma aposta muito arriscada, é que em circunstâncias “normais” não vale mais do que… digamos, 2000 votos.

terça-feira, fevereiro 26

Escola Profissional de Felgueiras - Ninguém pode ficar mesmo indiferente!...


 Hélder Quintela

Infelizmente, após os acontecimentos da semana passada, - nomeadamente das duas partes da reunião do Executivo Camarário em que se discutiu o plano que o executivo liderado pelo Dr. Inácio Ribeiro pretende implementar na Escola Profissional de Felgueiras -, e após a leitura atenta da Ata da Reunião, é para mim claro que este executivo está a gerir de forma inqualificável um processo demasiado importante e sensível, que pode colocar em causa a sustentabilidade de uma Escola, de um Estabelecimento de Ensino que tem contribuído para a formação profissional de técnicos qualificados em diferentes áreas, sendo uma das mais relevantes a do Calçado obviamente!

 
Contudo, além de criticar a condução do processo, e facto muito mais importante e relevante do que esse, não concordo com o modelo proposto: dissolver a actual entidade proprietária da EPF, e juntar as actividades desta empresa detida maioritariamente pela Câmara Municipal de Felgueiras numa nova empresa municipal que há-de também dedicar-se a actividades como a gestão de actividades culturais, do ambiente... 
Este modelo não foi seguido e adoptado em outros municípios, até porque pode colocar em causa de facto o regular funcionamento da Escola Profissional de Felgueiras, sendo que aquele que deveria/deverá ser seguido é a Alienação da participação do Município na empresa Ensino Profissional de Felgueiras, e permitir a continuação da actividade normal desta entidade.

O modelo aprovado pelo executivo, que "fez ouvidos de mercador" às propostas apresentadas na reunião do executivo (que foi pública, e como foi útil que tivesse sido pública), e que carece de aprovação ainda na Assembleia Municipal, pode colocar em causa a legalidade de funcionamento da instituição e, em risco os financiamentos associados ao nível das candidaturas a fundos europeus. E desta forma, colocando-se em risco a continuidade de funcionamento deste estabelecimento de ensino profissional.

Atendendo à (i) forma como o processo foi gerido, (ii) às dúvidas que existem se o modelo defendido pelo executivo não conduzirá a Escola Profissional de Felgueiras a um caminho tortuoso e de dúvida, (iii) à necessidade de clarificação do que realmente a autarquia pretende fazer, os deputados municipais têm a oportunidade de na Assembleia Municipal de quinta-feira forçarem uma paragem de planos inacabados, para que este assunto seja gerido de forma a que o futuro da Escola Profissional de Felgueiras seja completamente assegurado, sem riscos, e com garantias reais! Que seja um processo transparente, ouvindo os envolvidos, e não apenas estando disponível para conversar depois de decisões tomadas! (Será que ainda alguém se lembra das críticas que fazia em outros tempos aos líderes autárquicos - "ouve o que eu digo, não  aquilo que faço")!

Entre os deputados municipais, os senhores Presidentes de Junta têm um papel decisivo: eles sabem bem o valor que a Escola Profissional de Felgueiras tem tido na formação de muitos jovens das suas freguesias. Bem sei que o actual momento pré-eleitoral aconselha alguns jogos de cintura, muito mais com a reestruturação organizativa de freguesias... Mas, em assuntos tão importantes de elevado interesse público, estes devem sobrepor-se a todo e qualquer interesse político-partidário!

Interesse político-partidário que também pode estar a toldar a tomada de uma posição diferente neste assunto por parte do Executivo Municipal felgueirense!

 
Além disso, bastará olhar para a Proposta de dissolução E.P.F. - Ensino Profissional de Felgueiras, Lda., que incorpora a documentação da Ata n.º 4, 2013.02.21 do executivo, para ficarmos sem perceber de facto quais as reais intenções. Ora vejam:

 
- "(...), a Câmara Municipal de Felgueiras propõe à Assembleia Municipal que,  (...), seja aprovada a dissolução da EPF, (...)";


- "Sem prejuízo do agora exposto, mais se propõe que se proceda à avaliação da quota dos 99% do capital social detida pelo município na E.P.F. - ENSINO PROFISSIONAL DE FELGUEIRAS, LDA para possível alienação, a ocorrer antes da eventual dissolução".

Eu percebo que o executivo possa estar, com esta forma de actuação, apenas a tentar ganhar tempo - como se 6 meses não tivesse sido já um tempo razoável para estruturar uma solução sólida - , e que no final a solução seja mesmo a alienação da participação do município. Mas entretanto o mal pode estar feito. E, para evitar isso, para proteger a Escola Profissional de Felgueiras, que não é um edifício, mas sim um Projecto Educativo com pessoas (alunos, professores, funcionários), os deputados municipais devem responsavelmente - não se deixando levar pelas distracções do fumo que é lançado na discussão apenas para desviar as atenções do essencial -, indicar ao executivo que deve trabalhar numa proposta final e recusar o que lhes será apresentado. Com esta atitude estará a ajudar o executivo a tomar uma decisão sustentada e estruturada que garanta sem dúvidas o futuro da Escola Profissional de Felgueiras.


Como disse na minha primeira intervenção sobre este assunto (aqui), e afirmação que continua hoje tão válida hoje como há uma semana, não acredito que o objectivo final da extinção da entidade proprietária da Escola Profissional de Felgueiras seja acabar com a própria escola... Isso seria um crime político, de gestão e sobretudo de desvalorização da instituição. De desperdício, e de má conduta! Mas, a forma como este processo está a ser conduzido, na prática, pode resultar no fim da Escola Profissional: pela quebra de confiança, pela instabilidade, pela imagem que será passada a eventuais novos alunos, pela crise que inevitavelmente se instalou e cujas proporções só o Dr. Inácio Ribeiro tem a capacidade de terminar... Recuando, e assumindo de forma muito clara que a Escola Profissional de Felgueiras é um projecto de futuro e com futuro, assegurando todas as condições para que o projecto educativo que tanto tem contribuído para o concelho não seja colocado em causa, não colocando em questão o projecto educativo, os alunos, os professores, os funcionários.

domingo, fevereiro 24

Tenho pena, na verdade tenho pena…


Vem aqui caro Bruno, finalmente, escrever neste espaço que esteve à sua disposição a meu convite, num espaço de debate plural que sempre desejei que fosse. Nunca fui apologista de unanimismos nem de seguidismos bacocos. Verifico com muito agrado o seu regresso a este espaço, mesmo que apenas sirva para passar as mensagens que maior impacto político lhe possam servir.
Gostaria contudo de lhe lembrar que não pretendi aqui – e pode-se referir a mim diretamente – dizer que as pessoas ganham de forma exagerada em função daquilo que produzem, mas sim que se não tivessem visto o seu “futuro” e os seus ordenados muito superiores àqueles que a grande maioria dos felgueirenses ganham em "risco", não teriam tido este empolamento das circunstâncias. Agradeço-lhe ter-me eleito como alvo pelas minhas palavras, mas olhe que não sou candidato a coisa nenhuma.
Se não tivessem tido a cobertura política e o aproveitamento da mesma situação por parte dos vereadores da oposição (legítima, diga-se!) mas que o único e grande objetivo é político, não uma verdadeira preocupação com a EPF.
Se assim fosse, o Bruno e a vereadora Fátima Felgueiras, tiveram nas vossas mãos durante muito tempo o dossiê “EPF” e podiam ter resolvido a questão, preferiram não o ter feito.
Deixe que lhe lembre que se estivermos a falar de presentes, lembro-lhe o passado, e a prenda que nos deixou, quando destruiu por completo um estádio municipal para realizar uma prova, e a liberdade de opinião que hoje defende (legitimamente) não a aplicou no passado, processou um membro deste blogue que emitiu aqui a sua opinião por muito menos abuso na linguagem e no tom que hoje usa. Na altura calar opiniões era mais fácil usando o erário público.
Quanto à EPF, e ao seu extraordinário percurso, tenho pena que só agora - eu já o faço há muito tempo - se tenha lembrado de publicar aqui os seus feitos, tenho mesmo muita pena.

Trabalho, empenho e dedicação...




Depois da tentativa de branqueamento do passado da Escola Profissional de Felgueiras, com insinuações de remunerações principescas, tachos e interesses pessoais, nada como o presente continuar a falar por si...

Isto a propósito dos últimos prémios ganhos pela Escola Profissional de Felgueiras... Mais concretamente à participação pela segunda vez no concurso de “ACESSÓRIOS DE MODA – NAMORAR PORTUGAL 2013” cuja Final se realizou no passado dia 23 de Fevereiro, em Vila Verde - Braga.
A EPF apresentou a concurso DOZE projetos de acessórios de moda, idealizados e construídos pelos alunos do 2º ano do curso profissional Técnico de DESIGN DE CALÇADO, orientados pelos formadores Fernanda Silva, João Barros e João Sampaio.
No final, o prestigiado Júri atribuiu o primeiro e segundo lugares a dois projetos dos alunos da EPF.

O Concelho de Felgueiras, a Escola Profissional, os seus alunos e professores estão mais uma vez de parabéns. 

Pena que alguns não vejam aquilo com que estão a acabar...