quarta-feira, outubro 7

A utilidade de um voto (*)

Sem perder o ritmo, os partidos políticos continuam em campanha eleitoral. Desta feita para os órgãos autárquicos do país. Sempre defendi que o tipo de política exercido a este nível (autárquico) é aquele que mais afecta os cidadãos. Devido à proximidade dos autarcas às populações, as suas decisões, boas ou más, têm um impacto quase imediato nos munícipes. A decisão da junta em arranjar determinada rua ou caminho tem uma implicação directa e mais breve no tempo que uma decisão de um governo em efectuar uma nova auto-estrada que só servirá a população daqui a alguns anos, correndo bem. Devido também a isso é que o autarca tem que ser capaz de reunir determinadas características e competências para exercer o cargo. Todos nós somos capazes de encontrar, sem grande esforço, bons e maus exemplos de autarcas.
Felgueiras está numa encruzilhada. Chegou a hora dos Felgueirenses dizerem qual o caminho que querem tomar. O desânimo é notório, as dificuldades são patentes, o desemprego está à vista, a pobreza, sim, a pobreza, aumenta. A juventude não tem uma única alternativa neste concelho e um role imenso de faltas, que já foram suficientemente faladas, comentadas, e que todos sabemos quais são. A incapacidade deste executivo em lidar com todas estas situações é evidente. Gosta de apresentar obra, a fazer com dinheiros do governo, em determinadas estruturas, colhendo os dividendos políticos que daí advêm. Tudo aquilo que devia ser feito, fruto das mesmas promessas eleitorais de sucessivos mandatos, continua por fazer.
Vamos escolher continuar na mesma, ou uma nova via, mais dinâmica, mais próxima dos cidadãos, com efeito imediato no bem-estar dos mesmos?
Estas são, se não estou em erro, as eleições em que concorrem o maior número de candidatos. Isto é de enaltecer, fruto da nossa democracia e capacidade mobilizadora. Indica também que há cada vez mais pessoas descontentes com o rumo dos acontecimentos. Por outro lado, existe a possibilidade de uma dispersão de votos que, nestas eleições em particular, não é positivo. Estas eleições vão ser decididas entre a Coligação Nova Esperança (PSD/CDS-PP) liderada por Inácio Ribeiro e o MSP liderado por Fátima Felgueiras. Neste caso em especial, o PS está arredado de qualquer possibilidade em almejar um resultado positivo fruto dos seus próprios erros. Esses erros têm um responsável: Eduardo Bragança, presidente da comissão política socialista e candidato à câmara municipal. Há duas pessoas (dos lugares cimeiros das listas socialistas) que merecem um destaque positivo. Francisco Almeida, número dois à Câmara Municipal, que, apesar de todas as nossas diferenças de opinião em relação a muitos temas, sempre soube manter a discussão num plano elevado, digno e de contributo para um debate democrático que sempre defendi em Felgueiras, e, Júlio Pereira, candidato socialista à Assembleia Municipal, homem capaz, coerente e corajoso. Uma mais-valia para o PS estes dois elementos, ficando prejudicados por estarem no local errado há hora errada. Percebendo isso, Fátima Felgueiras, pela primeira vez, vem a público discutir e contestar as propostas apresentadas pela coligação Nova Esperança, elegendo assim o PSD/CDS-PP como seu adversário. Por isso, nestas eleições, o voto útil é um voto na coligação Nova Esperança, liderada por Inácio Ribeiro.
(*) Expresso de Felgueiras, 2 de Outubro 2009.

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