Harmonização? essa é boa

Li com atenção a entrevista de José Quintela, candidato pelo MSP à junta de freguesia de Margaride, ao “Expresso de Felgueiras”. O titulo da peça diz tudo: “Margaride atrasou-se por não conseguir harmonia com a autarquia”. Gosto do termo “harmonia”, para designar aquilo que outros presidentes das juntas de freguesia apontam como ostracização. As juntas de freguesia que não são da cor do poder são discriminadas em Felgueiras. Basta para isso ler as outras duas entrevistas no EF a presidentes de junta em exercício, Pedro Ribeiro (PSD) denunciando esse facto e Álvaro Ferreira (PS) que, admitindo que “existiram dificuldades e que este não é o mandato que gostaria de ter realizado”, recusou prestar qualquer declaração sobre este executivo municipal não vá o diabo fazer das suas.
Mas a argumentação de José Quintela, assenta numa “harmonização” entre as duas cores políticas da junta e câmara, como factor necessário para o desenvolvimento. O reconhecimento implícito – dessa descriminação - na sua entrevista, usando-a como argumento para que nele votem é terrível. São os próprios candidatos do MSP a assumirem que se não forem eleitos, as coisas serão mais difíceis para as juntas de cor contrária à autarquia. Nada de mais chantagista e perigoso para a democracia. De igual modo, porque não usar o argumento ao contrário? Se as juntas PSD mesmo com poucos (ou nenhuns) apoios da câmara, fazem o que fazem (vejam os exemplos de Rande, Pedreira, Várzea e outros mais) imaginem se todas as juntas tivessem mais apoios com a eleição de outro presidente? Em vez de mudar todos os presidentes das juntas de freguesia para que possam ser da mesma cor da autarquia porque não fazer algo mais fácil e prático? Mudem de Presidente!