sexta-feira, outubro 16

Todos a votos (*)

Última e decisiva semana de campanha. Todas as candidaturas dão o máximo para conquistar cada voto. Pode até não parecer, mas esta é uma das campanhas mais quentes dos últimos anos. Fora do show-off televisivo de outras campanhas, esta é de guerrilha, faz-se no terreno, casa a casa, eleitor a eleitor. E as sondagens que cada candidatura encomenda dão ânimo aos mesmos para continuar com o ambiente quente. Quando não se consegue convencer o idoso, mina-se o adversário, como aquela história do eleitor que teimava em dizer que ia votar na coligação Nova Esperança e o seu interlocutor lhe disse, “muito bem, o senhor é que sabe, mas não se esqueça de colocar a cruzinha nos dois quadradinhos: no PSD e no CDS”.
Pelo menos nestas eleições vemos algum debate de propostas. Pela primeira vez, Fátima Felgueiras tem que vir a terreiro contestar as propostas das outras candidaturas, sendo “obrigada” a tomar posição sobre questões que preferia não ter que tomar. Não me parece que a estratégia de Fátima Felgueiras arregimentar alguns dos históricos presidentes de junta para liderarem candidaturas esteja a surtir efeito no recrutamento de votos para si mesma, já que este seria o seu primordial objectivo, pela contestação popular que tem vindo a encontrar.
O programa de Fátima Felgueiras é um conjunto de lugares-comuns, sem concretizar nenhuma das medidas, ou então são promessas tão bizarras como “Continuar com o serviço de limpeza urbana” como se isso não fosse o mínimo que se possa fazer, ou então da responsabilidade do governo como “Implementar o serviço de prolongamento de horário”. Mas uma das minhas preferidas é aquela promessa de que vai “Assegurar condições para a inclusão escolar dos alunos com necessidades educativas especiais”. Recorda-se, por acaso, de um quadro branco que ficou um ano lectivo inteiro para ser entregue na escola porque uma menina com um problema de visão não conseguia ler num quadro preto, que só foi entregue depois de eu aqui denunciar publicamente a questão? É assim que pretende continuar a “incluir” os alunos com necessidades educativas especiais?
Chegou a hora da decisão, ninguém pode ficar em casa e não há meios-termos. Não há vitórias antes da contagem dos votos e ficar em casa significa deixar que os outros decidam por si. Como já referi na minha anterior crónica, mantendo o respeito pela Democracia e pela escolha dos eleitores, estas eleições serão decididas entre a coligação Nova Esperança (PSD/CDS-PP) e o MSP, entre Inácio Ribeiro e Fátima Felgueiras, entre a dinâmica juventude e um passado amorfo, entre a inclusão de todos por uma Felgueiras melhor ou pela exclusão de alguns que se recusam a ir neste seguidismo cego e sem rumo. É disso que se trata. Só há duas equipas com capacidade de vencer, cabe-nos, a nós, que temos o poder de escolher democraticamente, eleger aquela que nos dá uma nova esperança.
(*) Expresso de Felgueiras 9 de Outubro 2009
[nota] Premonitórias algumas das minhas frases não? Os sinais estavam aí e só quem andava muito distraído é que via o contrário.

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