quinta-feira, outubro 8

Debate C.M. online - Conclusões

Foi um debate quente como se previa. Com três das candidaturas no mesmo espectro político (PS, MSP e MPT) a animosidade existente entre os candidatos era visível a cada intervenção. Eduardo Bragança querendo segurar o eleitorado socialista, Fátima Felgueiras tudo fazendo para lhe retirar esse capital, aproveitou todas as oportunidades que teve para capitalizar o orgulho do candidato socialista no passado do PS Felgueiras, dizendo que ela foi o rosto visível desse passado. Horácio Costa não conseguiu esconder (apesar de ter tentado) alguma dose de vingança nas suas declarações. Apesar disso conseguiu apresentar algumas propostas interessantes. Houve momentos muito quentes, a roçar a discussão e Eduardo Bragança e Horácio Costa não se souberam segurar nas provocações que Fátima Felgueiras lhes foi fazendo ao longo de todo o debate. Carlos Quinteiro foi demasiado discreto em todo o debate, não conseguindo capitalizar alguns dos temas da “coutada” da CDU, deixando isso para Joaquim Santos Pinho (BE) que soube aproveitar muito bem esse facto. Soube, também, tentar evitar a concentração de votos em Fátima Felgueiras e Inácio Ribeiro, tentando desmontar o argumento do voto útil. Inácio Ribeiro esteve bem, embora a colocação de voz não fosse a ideal (como dizem para aí alguns), mas ele não concorre a nenhum lugar de locutor de rádio nem sequer para sair em revistas cor-de-rosa. Soube apresentar os principais pontos do seu programa, desmontando o show-off de obra prometida e nunca concretizada, assim como na questão da água apresentou provas de que pagamos água mais cara que concelhos vizinhos exibindo duas facturas (Felgueiras vs. Amarante).
Foi pena que não se tenha conseguido debater todos os temas fruto das percas de tempo em discussões do passado, fúteis e que só beneficiaram Fátima Felgueiras. Fátima Felgueiras mais uma vez esteve ao seu estilo. A condição “mulher guerreira” que ela tanto gosta de promover, associada a uma enorme atitude de arrogância e de enxovalho dos adversários políticos (dizendo permanentemente que estes não percebem nada de nada) já não lhe fica bem e mesmo muitas das mulheres que com ela se identificavam pelo seu ar combativo, numa terra de mulheres de trabalho, criticam a forma como reage às questões sempre que aflita nos argumentos.
[adenda] Esqueci de referir o importante facto de que Fátima Felgueiras voltou a usar o argumento de que quando chegou do Brasil, encontrou um concelho desmotivado, com capacidade de endividamento negativo. Se bem me recordo a equipa que cá ficou foi escolhida por FF, com ela colaborou e que o candidato nestas eleições à Assembleia Municipal pelo MSP é António Pereira, nada mais do que a pessoa que ficou a presidir à câmara e responsável pela má gestão que FF afirma ter existido. Mas isto vale tudo?

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