Depois de alguns anos em queda nas produções festivas do concelho, este ano a Autarquia brindou os seus munícipes e visitantes com mais um S. Pedro recheado de música, desfiles e samba, não nos deixando esquecer que fomos colonizadores e colonizados. De todo o programa, destaco o Cortejo das Flores, pela sua beleza e tradição, capaz de juntar milhares de pessoas, jovens e menos jovens a caminho de Sta. Quitéria. Mas de «pão e circo» o povo começa a estar cada vez mais farto até porque «pão» há cada vez menos. O desemprego continua a aumentar, com previsões de não parar a escalada nos tempos mais próximos, não existe uma tentativa de atrair investimentos para o concelho, com políticas activas e agressividade, nós ainda vamos na fase de estudos, os outros já disputam os investimentos. Não podemos esquecer que nesta era da globalização somos concorrentes directos de todos os concelhos de Portugal na tentativa de aqui instalar investimentos e não noutro concelho qualquer – veja-se a exemplo disso a disputa entre os concelhos de Estarreja, Paços de Ferreira e Paredes para a instalação de uma fábrica da cadeia IKEA, um investimento de 31 milhões de euros e 225 postos de trabalho -, política de juventude não existe – nem o Conselho Municipal de Juventude funciona -, política de Habitação Social, também não. Perante todo este cenário a Autarquia continua fechada ao exterior. Não há informação do que se pretende fazer e muito menos de como fazer.A Oposição em Felgueiras tarda, ainda, a encontrar-se depois da derrota eleitoral. O PS decidiu retirar a confiança política ao seu único vereador eleito no Executivo Municipal alegando que este estava a «prestar um péssimo serviço» aos seus eleitores e aos felgueirenses em particular. A situação pode ser justificável atendendo ao facto de a Comissão Política recém eleita do PS ter uma estratégia completamente diferente da anterior, que nem sequer apoiava a candidatura, mas dependendo da estratégia de agora em diante, pode vir a ser considerado um erro lá para o final do mandato. Experiência disso tem o PSD que por motivos mais do que justificáveis – mas mal compreendidos pelos eleitores – deixou por duas vezes o Executivo Municipal sem qualquer dos seus representantes eleitos. Agora os tempos são outros e espera-se nova forma de fazer oposição. As recentes diferenças de opinião e sentido de voto em algumas matérias, entre Vereadores e respectivas Comissões Politicas, vistas como uma fragilidade, podem ser aproveitas para afinar as máquinas e corrigir os erros cometidos. É que, para um bom governo, boa oposição!
[* Sérgio Martins in Expresso de Felgueiras 7 Julho'06]
Sem comentários:
Enviar um comentário