A quem respondem os autarcas? A ninguém. Passamos os trinta anos que medeiam a data da Revolução de Abril até aos presentes dias a dizer e a escrever que os autarcas são o pilar da Democracia. São, de facto, aqueles cujas decisões mais depressa se repercutem no quotidiano dos cidadãos e enquanto as decisões de um ministro ou secretário-de-estado, demoram por vezes semanas, meses e em alguns casos mesmo anos a chegar ao cidadão, com os autarcas a grande maioria das decisões tem repercussões imediatas. Mas, enquanto governantes e Governo respondem perante a Assembleia da República e Presidente da República, um autarca não responde perante basicamente ninguém. Neste momento os autarcas dão-se ao luxo de incluir cláusulas nos contratos de apoio às colectividades «inibidoras» (para usar um termo suave) de quaisquer críticas à gestão autárquica. Temos ainda outros que incitam o apedrejamento de quantos fiscais ambientais e outros «obstáculos» ao desenvolvimento que apareçam lá pela freguesia. Tudo isto é feito de maneira mais ou menos encapotada, sem que se levantem ondas maiores. Por cá, como por lá, as coisas não são diferentes. Sistematicamente os autarcas concelhios, avessos a criticas – longe com elas! – procuram por todos os meios, primeiro, passar despercebidos, depois não podendo evitar a notícia, a proceder ao já famoso branqueamento das situações. Branqueamento é o que o que está a tentar fazer o vereador Dr. Bruno Carvalho, ao assunto do Estádio Municipal Dr. Machado de Matos. É sabido – porque era visível - que depois da prova de Freestyle aí realizada, o relvado ficou bastante danificado incluindo o sistema de rega e drenagem. Não obstante o facto de os partidos da oposição terem solicitado esclarecimentos, públicos e na Assembleia Municipal, assim como os vereadores na oposição, o vereador responsável não responde concretamente. Não diz o que está danificado, como foi danificado e quanto custa reparar ou substituir os danos causados, mas principalmente como vão ser apuradas as responsabilidades e quem vai pagar. Este processo é um dos exemplos do autismo auto-imposto pelo qual alguns autarcas optam. É pena que o façam e é pena também que os eleitores tenham, na sua esmagadora maioria, memória curta.
Realiza-se amanhã, 22 de Julho, a edição 2006 da «Descalço – Moda e Estilismo de Calçado». Com organização em parceria da Escola Profissional de Felgueiras e a Câmara Municipal terá, este ano, muito mais representantes da indústria de calçado. Esta é, uma boa iniciativa. Permite promover o que de melhor se faz, os técnicos da área recém-formados e apresentar ao mercado novas tendências, moda e desenvolvimento tecnológico. Numa altura em que existe uma crise generalizada da economia e o sector do calçado não foge à regra, importa promover o nosso produto da melhor maneira e esta é uma delas.
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