sexta-feira, janeiro 8

ACORDOS DE CORREDOR...

O que me desagrada nestas coisas de dar a cara para emitir publicamente uma opinião, neste blog ou noutros fóruns, é o facto de, ao fazê-lo, nos estarmos a expor a comentários deselegantes de uns quantos.
O que está em causa não é que os outros discordem dos nossos pontos de vista, como é óbvio. É, de resto, saudável que assim aconteça, mas desde que tal aconteça no respeito dos mais elementares princípios da boa educação e da opinião divergente.

Não seria melhor cada um exprimir os seus pontos de vista, porventura divergentes, promovendo uma discussão sadia que só enriqueceria o espírito de tolerância que tantos propalam?

Uns produzem comentários ofensivos, caluniadores, a coberto do anonimato, num gesto de acobardamento atroz e obscurantismo civilizacional.

Outros, ainda que dando a cara, mas num sinal pouco democrático de quem convive mal com a crítica, escolhem os caminhos da insinuação, ao ponto de promoverem a dúvida quanto à seriedade de quem emitiu uma opinião porventura contrária à sua. Isso é intolerável. Eu jamais o faria e não vou entrar por esse caminho, por mais provocações de que seja alvo.

Independentemente da minha profissão, que me recomenda efectivamente equidade e igualdade de tratamento face aos políticos, esse estatuto, sublinho, não me priva, em circunstâncias algumas, de exercer os meus direitos de cidadania, nomeadamente o de opinar e de cultivar amizade com quem entender, independetmente de ser do partido A ou partido B.

Faço-o neste espaço, não como jornalista nem sequer como director de um qualquer órgão de informação, mas como um felgueirense, igual a tantos outros, que tem o direito de dizer o que entende, desde que o faça no respeito das regras de civilidade. Tenho-o feito, aliás como outros felgueirenses e amigos que escrevem no Felgueiras 2005.

Emito a opinião de forma livre, porque não estou refém das propaladas coisas ocultas ou acordos de corredor.

Só para memória futura: os que ontem foram alvo dos meus elogios, já no passado recente tinham sido alvo das minhas críticas. No futuro, esses e outros, independentemente dos seus credos partidários, poderão voltar a sê-lo, num sentido ou noutro, em função do desempenho que forem demonstrando e da apreciação que eu, humildemente, dele fizer. Nada mais natural, creio.

2 comentários:

LM disse...

O autor deste artigo escreve sobre os seus deveres profissionias e sobre seus direitos de cidadão à opinião livre. Para mim estes nunca estarão em causa.
Já quanto aos deveres profissionais, gostaria de o ver a abordar em termos jornalísticos com rigor e verdade a seguinte questão importante:
Quem aboliu, a partir de 1/1/2010, a taxa de disponibilidade dos não ligados à rede de abastecimengto de água e saneamento?
Foi o Decreto-lei nº 194/2009 de 20 de Agosto ou a Câmara Municipal?
Esta questão tema ver com a mnchete do seu jornal.
As minhas críticas serão sempre no âmbito político e não pessoal.
Lemos Martins

Armindo Mendes disse...

Caro senhor Dr. Lemos Martins.
Não quero aqui misturar as coisas - do Expresso de Felgueiras e pessoais.
Quanto às críticas no âmbito político que diz fazer, que respeito, lembro a V. Exa., porém, que não sou político, nem pretendo sê-lo. Saiba que, à medida que vou conhecendo os políticos, mesmo alguns da nova vaga, mais desapontado fico com determinadas atitudes, que colidem com os meus valores de cidadão educado com determinados princípios.
Relativamente à questão da taxa de disponibilidade, aceito o seu ponto de vista, como aceito outros divergentes, como é óbvio, independentemente deles discordar ou não. A minha opinião pessoal, no caso em apreço, não é relevante porque não sou político nem jurista.