A tomada de posse dos orgãos autárquicos decorreu ontem, com uma elevada participação dos eleitos (apenas faltaram à tomada de posse os eleitos para o executivo municipal do PSD), e de entidades convidadas e populares, que tornaram o Salão Nobre dos Paços do Concelho um espaço demasiado exíguo.
Do acto de ontem tenho duas notas, sendo uma mais importante que a outra, mas as duas a merecerem reflexão:
1. A Dr.ª Fátima Felgueiras é reconhecidamente uma boa oradora. No entanto fiquei desiludido com o seu discurso de ontem, tal como já tinha ficado na noite eleitoral. E como um foi na linha do outro, a opinião só poderia ser a mesma.
Esperava em ambas as ocasiões, mas mais no de ontem, um discurso de "estado", mais voltado para os projectos e referências do mandato iniciado.
A democracia é construída à volta de pluridade e não de unanimismos. De convergências, mas também de divergências. De reconhecimento da legitimidade, mas também de crítica.
2. Aqui não sei bem como dizer o que penso. Deixo-vos as duas alternativas:
- Derrota estrondosa do PSD na votação para a eleição da mesa da AM; ou,
- Mais uma vitória de Fátima Felgueiras, desta vez na AM.
No entanto, mais do que o título, aqui conta é a matéria de facto. O PSD com uma posição única de assumir um lugar de destaque na política concelhia, deu mais um tiro nos pés, e desta vez nos dois. Quando tinha reunidas todas as condições (mais eleitos; três listas concorrentes), perdeu a oportunidade de eleger a Mesa da Assembleia Municipal, porque numa análise simplista, 7 dos seus eleitos votaram na lista do movimento independente. O PSD perdeu quiçá ontem a oportunidade de um ciclo. Uma humilhação certamente.
Pela positiva, destaco a votação do PS. Quando muitos pensariam que a lista do PS receberia apenas meia dúzia de votos, tantos quantos os seus eleitos directos, amealhou 16 em 19 possíveis. Os eleitos do PS souberam estar à altura dos anseios e tradição democrática. Um exemplo.
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