domingo, novembro 14

Promessas… promessas

São as promessas, ou os compromissos como agora gostam de designar, que fazem os políticos ganhar eleições. Sócrates prometeu várias vezes, antes das eleições e após ter sido eleito, não aumentar os impostos e já aumentou duas vezes. Obama ganhou com base numa promessa de remodelação do sistema de saúde e do fim da guerra no Iraque. Se na promessa de saída do Iraque está cumprir, a questão da reforma do serviço de saúde, está a ter bastantes dificuldades internas na aprovação das medidas, não cumprindo até agora a promessa. Isso, aliado ao facto de a performance económica não ser a melhor levou a que os Democratas e principalmente Obama, fosse muito penalizado nas últimas eleições.

Por cá, durante anos a fio, Fátima Felgueiras, fez promessas nunca cumpridas, facto que nunca a impediu de continuar a ganhar eleições. Tivemos uma Piscina Olímpica que nunca saiu do papel, uma Casa da Juventude prometida desde sempre, apenas para nomear duas. O Orçamento tinha uma muito baixa taxa de concretização porque ficavam por realizar inúmeras promessas que se arrastavam de Orçamento em Orçamento de mandato em mandato.

Temos agora um novo governo na câmara municipal, fruto de uma coligação entre PSD e CDS há um ano. Este é o primeiro ano de um mandato de quatro anos. A Nova Esperança ganhou as eleições fruto de dois factores principais. Um notório desgaste da imagem e liderança de Fátima Felgueiras e da total apatia em que se encontrava o concelho. Por outro lado, Inácio Ribeiro, surge como uma alternativa do povo, identificado como do povo, falando a sua linguagem e estando ao seu nível. Das promessas feitas, algumas das principais estão cumpridas – entrega dos livros, questão do apoio social aos idosos, etc – faltando cumprir muitas outras, com certeza, afinal apenas passou ¼ do mandato. Mas, no meu ponto de vista, não é nessa questão que a NE perde votos. A maioria camarária tem denotado alguma falta de decisão, de adiar medidas esperando pela melhor altura para as tomar, o que implica, uma letargia no aparelho camarário. Isso aliado ao facto de ter que gerir um aparelho que lhes é hostil em algumas áreas não ajuda. Mas isto não são desculpas, a NE só se pode queixar dela mesma e só ela pode alterar e ajustar o rumo dos acontecimentos, aparecendo com outra dinâmica junto do eleitorado. Julgar apenas, e reforço, apenas, por aquilo que está feito, passado apenas um ano de gestão, depois de trinta e cinco anos de socialismo, não é, de todo, a melhor forma de o fazer.

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