quarta-feira, setembro 23

Um poder castrador (*)

Em entrevista ao “Expresso de Felgueiras” na última edição, Horácio Costa, candidato pelo Partido da Terra, apresenta numa longa entrevista, a sua perspectiva de um processo judicial por ele despoletado enquanto membro do partido socialista e da forma como pretende apresentar-se ao eleitorado. Não houve na sua entrevista grandes novidades, mas destaco apenas um aspecto, que sendo do conhecimento público, nem sempre é tido em linha de conta para a falta de dinamismo que as sucessivas equipas dos seus mandatos têm tido: o poder centralizador de Fátima Felgueiras.
Fátima Felgueiras não delega, não distribui efectivamente pelouros nem competências e não dá execução financeira a ninguém. Qualquer pessoa sabe que gerir assim é absolutamente castrador, limitador das potencialidades dos restantes membros da equipa e do desenvolvimento do que quer que seja. Sempre procurou afastar de si todo e qualquer vereador ou elemento que demonstre alguma capacidade política ou técnica que a possa colocar em causa, ter mais tempo de antena ou destaque pelo mérito, rodeando-se de pessoas limitadas política/tecnicamente, ou então que pode controlar. Isso, na minha opinião é a base do desastre. Nenhuma organização com inúmeros departamentos, sectores e funcionários pode formar equipas produtivas, motivadas e competentes sem delegação de competências e dinheiro. Esta atitude levou a que alguns vereadores no passado saíssem passado pouco tempo da tomada de posse, incompatibilizados com Fátima Felgueiras e outros adoptam uma postura discreta, sem levantar ondas durante o mandato e preferem sair no final a não terem a possibilidade de colocar em prática as suas ideias e orientações. Quem quer que venha a ser o próximo presidente da câmara municipal de Felgueiras não pode continuar com esta atitude castradora e limitadora de um poder centralizador, egocêntrico e egoísta.
A campanha eleitoral para as autárquicas em Felgueiras está a subir de tom cedo demais. As eleições legislativas acontecem antes, com uma proximidade tão grande que vai esvaziar de conteúdo quase tudo que se transmita aos eleitores agora. As mensagens serão abafadas pelos bites noticiosos de tudo o que por aqui se vai passando em termos de legislativas e as autárquicas ficam para depois. Claro que quem está na oposição tem que começar antes, ganhar espaço e tentar o tudo por tudo. Mas neste caso assumir a vitória implica assumir riscos e neste caso o único candidato capaz de o fazer é Inácio Ribeiro. Fátima Felgueiras guardará tudo para a última semana de campanha e será uma campanha blitzkrieg. Num relâmpago tentará não dar tempo de resposta aos adversários políticos. Convém que estes estejam prontos para o sprint final.
(*) Expresso de Felgueiras, 4 Setembro 2009

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