quarta-feira, setembro 30

Mudar fazendo o mesmo?

Neste post, publicado no blogue Espaço Neutro, Rui Silva, argumenta que só há verdadeira mudança na continuidade, usando para sustentar o seu raciocínio um texto de Miguel de Unamuno.
Toda a vida de Unamuno contraria a ideia que procurou transmitir usando o seu texto. Unamuno foi um inconformado em muitas alturas da sua vida, viveu exilado devido a críticas que fez ao regime, sentiu-se desenganado com a República e apoiou a sublevação militar. Vivia em prisão domiciliaria quando morreu. Tentou sempre mudar aquilo que estava mal na sociedade.
Com esta opinião, Rui Silva, tenta levantar o “perigo” que existirá numa mudança, associando a isso a ideia de instabilidade, reorganização e acima de tudo, o tempo que demoram a colocar em prática as reais vantagens de uma mudança. Nada de mais falso e errado no raciocínio. Temos exemplos concretos na história moderna: o que seria da Europa com uma vitória de Hitler? O que seria de Portugal sem o 25 de Abril? O que seria de Portugal com um governo de esquerda (ou de direita) desde o 25 de Abril? Sem alternância democrática? Todos sabemos quais as consequências.
É preciso sangue novo, uma nova geração de pessoas, de políticos e de ideias. Romper com o status quo instalado, renovar competências, criar dinâmica com todos, contando com todos, sem exclusões. Isso é que é necessário fazer, não o contrário.

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