quarta-feira, junho 4

Os alarmes estão a tocar (*)

Os alertas estão todos aí e de todos os sectores. A crise da subida quase diária dos combustíveis, veio apenas tornar mais evidente o alarme social, e os problemas que as famílias e as empresas vivem. Este governo socialista, tomou medidas com vista a aumentar a receita através de um aumento dos impostos, contando com um crescimento económico que, logo na altura, especialistas de várias áreas ideológicas e o próprio Banco de Portugal, diziam não ser possível atingir, como agora se verifica. A solução que permitiria equilibrar o famoso défice, através da receita, em vez de um controlo efectivo da despesa, criou condições de asfixia às famílias e às empresas, nunca vistas. O governo tarda em tomar medidas, a não ser as de mera cosmética (como a intervenção da Autoridade da Concorrência nos caso dos aumentos de combustíveis), e há cada vez mais quem se sinta abandonado por este governo que tantas promessas fez. Mário Soares veio a público fazer vários alertas, dando enfoque aos graves problemas sociais que estão aí.Do lado do principal partido da oposição, o PSD continua em campanha eleitoral. Confesso que apenas tive oportunidade de assistir ao final do debate na TVI e o debate completo na SIC. Os candidatos apontam várias soluções para o mesmo problema, com várias visões, demonstrando claramente as tendências dentro da social-democracia. Hoje em dia, nenhum partido com aspiração a ser poder, o consegue sem ser abrangente, aglutinador de diferentes ideias e orientações. Excluindo desde já Patinha Antão, e o próprio Santana Lopes, acho que Pedro Passos Coelho seria o candidato merecedor do meu voto. Mas eu escrevi seria, e só não o é porque apesar de lhe reconhecer capacidade para ser um óptimo líder, e um bom candidato a primeiro-ministro, não o é nesta altura e a tão pouco tempo das eleições. A falta de experiência é um dos “defeitos” que lhe apontam. Dirão alguns, ainda bem, concordo com eles, mas há algo mais importante, na minha opinião, neste momento. Manuela Ferreira Leite, tem a experiência, mas acima de tudo tem a respeitabilidade, e o reconhecimento de um eleitorado que ultrapassa em muito os limites dos usuais eleitores do PSD. Neste momento é a única candidata que tem a capacidade de gerar apoios à esquerda do PSD, evitando assim o crescimento do PCP e do BE, à custa desses votos de esquerda. Não importa escolher um candidato que se saiba à partida que irá “perder por poucos”, mas sim um candidato capaz de ganhar as próximas eleições legislativas. Amanhã irei votar Manuela Ferreira Leite.
(*) Expresso de Felgueiras 30 de Maio 2008.

Sem comentários: