Que Natal terão os felgueirenses? Provavelmente muito parecido com aquele que normalmente têm. Em casa dos pais ou dos sogros, com os irmãos, sobrinhos e restantes familiares, de volta do fiel bacalhau e dos doces da época, sem faltar o nosso pão-de-ló, as nossas cavacas, e suas “importadas” variantes. Mas que Natal terá Felgueiras? O nosso concelho terá um dos mais tristonhos natais. A começar pela “alegria” das iluminações do Natal, pobre, muito pobre, mas claro não há dinheiro. Depois, pelos aumentos nas taxas da água, saneamento (ainda por concluir), piscinas municipais, publicidade (das mais caras do país), refeições escolares, parque de campismo, aulas de apoio, ou seja, aumentou tudo. Claro que em nome das boas finanças do concelho, o sacrifício de todos os munícipes, dos mais novos aos mais velhos, dos mais necessitados aos mais desafogados. Em nome das boas finanças do concelho, porque apenas há ano e meio dizia Fátima Felgueiras, que a Câmara se encontra no “limiar da bancarrota”, por isso vamo-nos sacrificar mais um bocado. Agora a Presidente da autarquia pede mais um sacrifício. Quatrocentos mil euros de sacrifício. Mas desenganem-se aqueles que pensam que estamos perante uma obra de vulto, mais alguns quilómetros de saneamento, mais algumas escolas, ou obras de recuperação noutras. Não, a presidente da autarquia, pede aos felgueirenses que paguem as despesas judiciais dos seus próprios processos, quatrocentos mil euros em processos judiciais. Não discuto sequer a questão da ilegalidade, ou não, de tais pagamentos (que na minha opinião de leigo são ilegais), mas apenas a imoralidade do acto. Num concelho com tantas necessidades e onde a própria presidente diz que as finanças da autarquia estão debilitadas são gastos quatrocentos mil euros em processos judiciais, ainda por cima quando estão em julgamento actos que nada têm a ver com a gestão normal da autarquia. Imoral, grito eu!
Numa altura natalícia, desconfio que este ano a senhora presidente não vai ter prenda no sapatinho.
Prenda no sapatinho também não vão ter os membros do Movimento Sempre Presente na Assembleia Municipal. É que os defensores do 25 de Abril, da Liberdade, da Democracia, os que ainda se dizem mais Socialistas que os outros Socialistas, faltam deliberadamente a uma A.M., de forma a provocar a falta de quórum, não podendo assim ser tratados os assuntos da reunião extraordinária que, coincidência das coincidências, versava sobre os pagamentos dos processos judiciais. Para além disso, lamentáveis telefonemas com indicações como “a tua casa está a arder” ou “o teu filho teve um acidente”, para afastarem aqueles que podiam ir à A.M., da mesma, não abonam a favor de dos autores dos mesmos, sejam eles quem forem.
Pela primeira vez a autarquia felgueirense será governada por duodécimos, depois da oposição ter reprovado em Assembleia Municipal o Orçamento para 2008. Existiam inúmeros motivos, técnicos, para a A.M. votar nesse sentido a questão do Orçamento a começar desde logo pela exorbitante previsão de receitas – que ano após ano é empolado – quando se sabe logo à partida que a execução da receita fica pelos 35% do valor orçamentado. Mas, na minha opinião, o Orçamento deve ser visto de uma forma essencialmente política e não apenas técnica. Politicamente era, como já foi no passado mas nunca possível de realizar, importante chumbar o Orçamento. Era importante mostrar que este executivo municipal já não pode negociar sozinho, que precisa de aprender as regras democráticas, das votações sem condições, sem contrapartidas, sem pressões. Numa altura em que se assiste em Felgueiras a um género de “terrorismo político”, ver um acto democrático destes é de louvar.Aqui está uma prova daquilo que venho a dizer há anos. Um tipo de oposição bem feita, política (não técnica, não do “bota-abaixo”, não a reboque), feita nos locais próprios, com uma boa comunicação (leia-se conseguir fazer chegar a informação aos munícipes, com qualidade e pela voz dos próprios), faz surgir rapidamente resultados.
Foi uma prenda para os felgueirenses.
Numa altura natalícia, desconfio que este ano a senhora presidente não vai ter prenda no sapatinho.
Prenda no sapatinho também não vão ter os membros do Movimento Sempre Presente na Assembleia Municipal. É que os defensores do 25 de Abril, da Liberdade, da Democracia, os que ainda se dizem mais Socialistas que os outros Socialistas, faltam deliberadamente a uma A.M., de forma a provocar a falta de quórum, não podendo assim ser tratados os assuntos da reunião extraordinária que, coincidência das coincidências, versava sobre os pagamentos dos processos judiciais. Para além disso, lamentáveis telefonemas com indicações como “a tua casa está a arder” ou “o teu filho teve um acidente”, para afastarem aqueles que podiam ir à A.M., da mesma, não abonam a favor de dos autores dos mesmos, sejam eles quem forem.
Pela primeira vez a autarquia felgueirense será governada por duodécimos, depois da oposição ter reprovado em Assembleia Municipal o Orçamento para 2008. Existiam inúmeros motivos, técnicos, para a A.M. votar nesse sentido a questão do Orçamento a começar desde logo pela exorbitante previsão de receitas – que ano após ano é empolado – quando se sabe logo à partida que a execução da receita fica pelos 35% do valor orçamentado. Mas, na minha opinião, o Orçamento deve ser visto de uma forma essencialmente política e não apenas técnica. Politicamente era, como já foi no passado mas nunca possível de realizar, importante chumbar o Orçamento. Era importante mostrar que este executivo municipal já não pode negociar sozinho, que precisa de aprender as regras democráticas, das votações sem condições, sem contrapartidas, sem pressões. Numa altura em que se assiste em Felgueiras a um género de “terrorismo político”, ver um acto democrático destes é de louvar.Aqui está uma prova daquilo que venho a dizer há anos. Um tipo de oposição bem feita, política (não técnica, não do “bota-abaixo”, não a reboque), feita nos locais próprios, com uma boa comunicação (leia-se conseguir fazer chegar a informação aos munícipes, com qualidade e pela voz dos próprios), faz surgir rapidamente resultados.
Foi uma prenda para os felgueirenses.
(*) Expresso de Felgueiras, 21 de Dezembro 2007.
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