quarta-feira, maio 19

Vai correr bem (*)

Isto vai correr mal. Vai correr particularmente mal para nós, os portugueses. Numa altura em que se celebra mais um ano sobre a nossa Revolução, as preocupações são demais para todos nós. A nossa pobre e imberbe Democracia padece de todos os males da sua juventude. Fruto de uma Constituição feita à medida de uma orientação política que impede um maior desenvolvimento económico, assim como a outras áreas essenciais ao nosso pais, estamos reféns da malha que nós (leia-se eles, os políticos) colocamos.
O nosso sistema económico está no limite. Avisam os maiores bancos que, depois da Grécia, vem Portugal. No âmbito de um cocktail para o qual fui convidado por um dos maiores bancos portugueses, ouvi o presidente do mesmo, na sua intervenção, traçar um cenário muito pessimista para o futuro de Portugal e da Europa de todo o sector bancário e industrial. O nível de desemprego que a “velha Europa”, como insistentemente se referia, não tem solução à vista. Mesmo com investimento noutros mercados, como África e América Latina, os níveis das nossas exportações nunca mais vai ser o que era, e que por isso, estamos basicamente condenados. Não fosse a blindagem que desenvolvi há vários anos a cenários pessimistas e teria saído de lá completamente desmotivado como alguns dos colaboradores do banco visivelmente saíram.
Mas porquê que isto tem que correr mal. Porquê que temos que adoptar uma atitude de conformismo perante a desgraça e a resignação é o destino? Claro que não temos. Há dezenas de empresas com sucesso por este país fora. E não me estou a referir às grandes multi-nacionais portuguesas com (quase) monopólios de sectores como a electricidade ou com oligopólios como o dos combustíveis, onde a fixação de preços é um mistério aparentemente impossível de ser resolvido pela Autoridade da Concorrência ou pelo Ministério da Economia, mas sim a empresas com visão, capacidade de inovação, empreendedorismo, aposta em sectores de crescimento ou mesmo em sectores que outros acham impossíveis de se conseguir bons resultados.
Entretanto vemos cada vez mais portugueses cheios de sucesso por esse mundo fora. Líderes e gestores que, cá não conseguiriam chegar à direcção ou liderança de empresas médias e que no exterior vêm o seu trabalho reconhecido em grandes multi-nacionais.
Num país que tem como música ícone nacional o Fado (não que eu tenha nada contra) e uma palavra que não existe noutra língua como “saudade” não admira que estejamos como estamos. O que oiço todos os dias é gente a lamuriar-se da vida que tem, de tudo e de todos, deitando a culpa a tudo e a todos, sem nunca pararem para se colocarem em causa, para alterar a “má sorte” de que se queixam, fazendo algo de diferente. Sim, porque a grande maioria das pessoas queixa-se mas continua a fazer sempre a mesma coisa procurando obter resultados diferentes.
Mas eu acredito nos portugueses, acredito em nós. Eu sou daqueles que acha que um país de gente que se aventurou por esses mares fora à procura de melhor sorte, de sucesso de riqueza para o país, não vai deixar que isto se afunde sem destino. Eu tenho a certeza que vai correr bem.
(*) Expresso de Felgueiras, 23 Abril 2010

3 comentários:

Margaride disse...

oncordo plenamente, temos de pensar mais positivo.
Ter mais iniciativas positivas.

http://www.autarquias.org/pagina3.aspx?ID=467

Dá uma vista de olhos e junta ente link

Abraço

Margaride disse...

Depois de ler aqui, li este artigo no JN:

"Jorge Coelho diz que "só um maluco é que se mete" na política
O presidente executivo da Mota-Engil, Jorge Coelho, disse hoje, quarta-feira, que não pretende voltar à política e afirmou que se quisesse podia ter sido primeiro-ministro."
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Nacional/Interior.aspx?content_id=1573704

Como teremos condições de acreditar nos politicos e ex-politicos se todem pensarem como este?

Sérgio Martins disse...

Por acaso já tinha reparado no assunto. Não fique preocupado, meu “amigo de longos anos” que eu divulgo as acções da autarquia. As positivas… e as negativas.