sexta-feira, abril 17

3º Aniversário (*)

Uma pequena revolução? Quase parece, de tão pouco habituados que estamos a ver felgueirenses na rua em protesto. Desta vez foram os pais dos alunos da maior escola do concelho que decidiram impedir os filhos de ir à escola devido a problemas de “maus cheiros”. Trata-se, na realidade, de um problema relacionado com elevados valores de dióxido de carbono acumulados dentro das salas, conforme declarações proferidas nas televisões que afirmam que “comprovadamente os valores de dióxido de carbono são superiores aos máximos admissíveis”, com base nas análises realizadas pelo Instituto Ricardo Jorge. Até aqui nada de anormal (fora o próprio problema), mas depois é que a situação se desenvolve com as particularidades próprias de Felgueiras. As obras foram realizadas há três anos e, pelo menos desde há dois anos e meio, (segundo afirmações do presidente da Associação de Pais) que Escola e Associação de Pais têm vindo a solicitar à presidente de câmara a resolução deste problema. De promessa em promessa, ultrapassando todos os obstáculos, os pais e encarregados de educação conseguiram que fossem feitas análises que comprovam que existe um problema, faltando descobrir a sua real origem, já que pais apontam o novo piso como causador dos sintomas de doença que afectam cada vez mais alunos e a presidente de câmara afirma que os materiais de limpeza utilizados e a falta de ventilação das salas são os causadores do problema.
Uma vez que até agora nada foi resolvido e os pais esgotaram a paciência, resolveram fechar a escola como forma de protesto e pressão sobre a autarquia para que aproveite o período de férias da Páscoa para resolver a questão. Nada de diferente em relação a outras dezenas de protestos que vamos assistindo por este país fora, mas em Felgueiras tem que ser diferente. As pressões exercidas sob as mais variadas formas sobre pais e professores são inadmissíveis. Até agora o problema tem sido tratado ao nível de ofícios com veladas acusações de erro a funcionários da escola no uso dos produtos e até, pasme-se, de falta de limpeza das casas de banho para os maus cheiros. Mas para a resolução concreta do problema e atitudes preventivas, reforço, preventivas, para que nada de mal aconteça à saúde dos alunos não há medidas concretas. O culminar de tudo isto foi uma marcação de uma reunião de urgência logo após a reunião de pais onde decidem encerrar a escola, com direito a distribuição através de um polícia municipal fazendo de “estafeta” no final de tarde do dia anterior ao encerramento da escola, como forma de travar a “manifestação”. Atitudes muito pouco abonatórias para alguém que está num cargo que exige respeito pela vontade dos munícipes. Mas não se pense que as pressões ficaram no lado dos pais. De outras origens, os professores também foram questionados quanto a terem fechado a escola. Só que, os professores não fecharam a escola, os pais é que fizeram questão de não levarem os filhos às aulas…
O EXPRESSO DE FELGUEIRAS comemora o terceiro aniversário. O propósito e a orientação editorial permanecem a mesma desde o inicio do projecto jornalístico levado a cabo por Armindo Mendes e Miguel Carvalho. Cada vez mais o jornal, mas principalmente o site do mesmo são uma referência no panorama jornalístico felgueirense. Conteúdos actuais, de qualidade e com actualizações permanentes, fazem deste, um projecto vencedor. Parabéns Armindo e Miguel, extensivos a toda a equipa do EXPRESSO DE FELGUEIRAS.
(*) Expresso de Felgueiras, 27 de Março 2009.

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