quinta-feira, outubro 2

Na era dos portáteis (*)

Inicio de mais um ano lectivo, desta feita com direito a propaganda e distribuição de portáteis. Não que eu tenha nada contra a distribuição de portáteis, antes pelo contrário, o que eu acho é que um portátil ao lado de escolas a cair, não condiz. Não condiz com as escolas a cair nem com miúdos a almoçarem sozinhos em cantinas, sem qualquer tipo de acompanhamento porque a única pessoa que lá está só tem como tarefas, lavar a loiça e não tomar conta das crianças. Não sei se é este tipo de serviço que o governo pretende quando transfere as competências para as autarquias, mas se é isto que vamos ter, espero que ponderem antes de transferir ainda mais.
Este governo é exímio na arte da encenação, veja-se só a reentrada em cena do PS em Guimarães, com uma encenação ao género campanha nos EUA, público por trás e bandeiras, muitas bandeiras. Temos um governo que reage aos acontecimentos que dão títulos de jornais, com medidas avulso. Aumenta a criminalidade e altera-se a Lei para que os possuidores de armas possam ser detidos preventivamente, isto depois da Lei ter sido profundamente alterada recentemente. Nada pior do que medidas a quente, sem reflexão e no seguimento de pressões. As causas são profundas e não é com medidas avulso que se vai resolver a questão. Questões sociais como o desemprego, dificuldades económicas e emigrantes que chegando cá vêem agora que Portugal não é o eldorado prometido, fazem como que estejam à mercê de gente sem escrúpulos que usam para fins ilícitos a troco de muito pouco ou de nada.
Por cá, tudo na mesma. Com o mandato a um ano do seu final, a autarquia tenta fazer algum trabalho, mostrando algumas máquinas em movimento. Tirando a reforma do novo edifício municipal, que se pretende pronta e convenientemente inaugurada antes das eleições autárquicas, a zona desportiva avança a passo de caracol, sendo de prever que possa ser usada apenas na próxima época, a zona empresarial de várzea continua parada, apenas tem o crescimento das ervas e nada mais. As promessas de uma zona atractiva, centro de negócios e canalizadora de novas industria e sectores, aumento do emprego, ficam apenas pelas promessas, sem se conseguir perceber o que está a bloquear o projecto.
(*) Expresso de Felgueiras, 26 Setembro 2008

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