quarta-feira, maio 7

Que PSD teremos agora? (*)

É conhecida a minha antipatia pelo até agora líder nacional do PSD, Luís Filipe Menezes. Já aqui neste espaço o tinha afirmado. Apesar de reconhecer que seria o líder mais “amigo” desta comissão política do PSD Felgueiras, e com quem alguns putativos candidatos contavam, para as eleições autárquicas, desde o tempo da “jota” que não lhe apreciava o estilo populista, a frase demagógica fácil e a artificialidade da personagem política que encarnava. A forma como começou a tarefa de liderar o maior partido da oposição e o único com capacidade para ser alternativa, não auspiciava nada de bom. Os erros políticos dele e de alguns dos seus mais directos apoiantes (nem me quero referir àquela “figurinha” de Ribau Esteves), agravaram a situação e perante tal desnorte a contestação ao líder e às suas estratégias obtiveram uma enorme contestação interna, com muitos dos “notáveis” (queira isto significar o que seja) a, pública e abertamente, criticarem Menezes. Para quem, durante tanto tempo “infernizou” a liderança de Marques Mendes com artigos de opinião semanais e entrevistas sucessivas, em que quando o líder dizia uma coisa ele defendia o oposto para agora, numa pose de estadista, vir dizer o oposto, atirou a toalha ao chão cedo demais. Haverá outros motivos que a tempo todos saberemos.
Entretanto, o PSD vive uma difícil e agonizante travessia do deserto, processo por que passam todos os partidos que tendo grandes líderes a governar e passam para a oposição têm sempre dificuldade em encontrar o rumo e o ritmo, vendo-se órfãos. Com os sinos a tocar a rebate, dada a gravidade do assunto, surgem candidatos de todos os lados, alguns até das mesmas “alas” políticas. Alguns, como Santana Lopes, avançam apenas por uma questão de sobrevivência politica. Há que ficar à tona da água a todo o custo. Passos Coelho representa uma geração de que gosto, da “minha” jota, do combate político, da irreverência (claro que os anos e a responsabilidade lhe dão um ar mais “cinzento”) e Manuela Ferreira Leite, a credibilidade, a exactidão e a correcção que a política e os políticos necessitam. Ainda estou longe de decidir o meu voto.
Mas quanto a sobreviventes, também os há a nível local, com posicionamentos estratégicos, aproximações aos (alegados) centros de decisão para quando for dado o tiro de partida, dizerem aqui estou. Aliás, a estratégia passa também já em Felgueiras pelo lançamento de nomes em blogues, mais ou menos anónimos, pelas campanhas de vitimização, pelos regressos consentidos (antes perto do meu controlo que lá por fora a fazer asneira) o afastar de elementos menos afectos a determinados pré-candidatos. Cá também há destes “políticos” e, confesso, têm bastante jeito para isso. Os próximos tempos vão ser prolíferos em matéria de comentário político.
P.S. – Na minha última crónica escrevi que José Sócrates viria a Felgueiras dar posse aos órgãos do PS Felgueiras, quando na realidade a cerimónia foi no Porto. Aos visados e aos leitores as minhas desculpas.
(*) Expresso de Felgueiras, 2 Maio 2008

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