Damos tudo por adquirido. A nossa vida, o emprego, o casamento, o namoro, o ordenado, as amizades, a família. E de um momento para o outro, tudo muda. Uma morte súbita, o desemprego e a falta de dinheiro, um divórcio ou o fim de um namoro, um amigo que vai para longe, ou nós para longe da família. São contingências da vida, fruto do acaso ou do infortúnio. Mas quantos de nós por livre e espontânea vontade mudamos a nossa vida? Ou melhor, quantos de nós por livre e espontânea vontade mudamos a nossa atitude perante a vida? Faz parte da natureza humana (entendo eu) a aversão e o receio da mudança. Mudar, significa dúvida, instabilidade, incerteza, mas também pode significar um desafio, uma meta a alcançar, um objectivo. Ninguém vive sem sonhos e depois de definida a forma de os alcançar, torná-los em objectivos. Aqui é que começa a diferença entre todos nós. Há aqueles que aceitam as mudanças, sejam de sua vontade ou obra do infortúnio, com uma atitude positiva, pró-activa, e aqueles que vêm tudo de uma forma negativa, em que tudo é desgraça, fruto do azar.
Será fácil mudar? Não deve ser, senão todos os fumadores (bem, quase todos) deixariam de fumar de um dia para o outro. O que faz a diferença? A atitude, a mentalização. Com uma atitude mental positiva e as ferramentas certas (apoios familiares, amigos, formação, seja o que for) o céu é o limite. Por outro lado temos o mais fácil. Deixarmo-nos acomodar numa situação que apesar de não ser o que queremos a temos controlada, sabemos o que temos (mesmo que mau), com o que contamos.
Em Felgueiras, décadas de crescimento económico na área do calçado permitiram o pleno emprego, um certo “novo-riquismo”, dinheiro no bolso, casa própria e uma vida com algum desafogo. Mas em apenas cinco anos tudo mudou. Desemprego, falta de dinheiro, venda da casa, dificuldades. Certo que não apenas em Felgueiras, mas pelo país todo, contudo há uma diferença. Todos estes anos de “conforto” deixaram os felgueirenses em geral apáticos, acomodados ao que têm, mas principalmente ao que não têm. Não têm acesso à cultura, não há um cinema, e o Teatro Fonseca Moreira é o que sabemos, uma ruína, ao desporto, o que havia também foi retirado. Os jovens não têm onde se empregar, temos ensino superior em Felgueiras, formamos quadros médios e superiores, para depois os deixarmos ir para fora de Felgueiras trabalhar, isto sem contar com os naturais de Felgueiras que vão estudar para fora e depois não regressam. Acesso a actividades desportivas? só nos concelhos vizinhos. Não temos saneamento e rede de água pública, mas pagamos como se tivéssemos a melhor rede.
E com isto qual é a atitude da grande maioria dos felgueirenses? O conformismo, o “deixa andar que isto vai melhor”, aqui ninguém se revolta – só no café e muito baixinho, não vá alguém ouvir – ou se insurge contra o imobilismo e a apatia.
É necessária uma nova atitude e mentalização de que somos capazes de mudar, de tomar conta do nosso rumo, das rédeas da vida. Mudar é possível? Sim! E o leitor, vai ser capaz de mudar?
Será fácil mudar? Não deve ser, senão todos os fumadores (bem, quase todos) deixariam de fumar de um dia para o outro. O que faz a diferença? A atitude, a mentalização. Com uma atitude mental positiva e as ferramentas certas (apoios familiares, amigos, formação, seja o que for) o céu é o limite. Por outro lado temos o mais fácil. Deixarmo-nos acomodar numa situação que apesar de não ser o que queremos a temos controlada, sabemos o que temos (mesmo que mau), com o que contamos.
Em Felgueiras, décadas de crescimento económico na área do calçado permitiram o pleno emprego, um certo “novo-riquismo”, dinheiro no bolso, casa própria e uma vida com algum desafogo. Mas em apenas cinco anos tudo mudou. Desemprego, falta de dinheiro, venda da casa, dificuldades. Certo que não apenas em Felgueiras, mas pelo país todo, contudo há uma diferença. Todos estes anos de “conforto” deixaram os felgueirenses em geral apáticos, acomodados ao que têm, mas principalmente ao que não têm. Não têm acesso à cultura, não há um cinema, e o Teatro Fonseca Moreira é o que sabemos, uma ruína, ao desporto, o que havia também foi retirado. Os jovens não têm onde se empregar, temos ensino superior em Felgueiras, formamos quadros médios e superiores, para depois os deixarmos ir para fora de Felgueiras trabalhar, isto sem contar com os naturais de Felgueiras que vão estudar para fora e depois não regressam. Acesso a actividades desportivas? só nos concelhos vizinhos. Não temos saneamento e rede de água pública, mas pagamos como se tivéssemos a melhor rede.
E com isto qual é a atitude da grande maioria dos felgueirenses? O conformismo, o “deixa andar que isto vai melhor”, aqui ninguém se revolta – só no café e muito baixinho, não vá alguém ouvir – ou se insurge contra o imobilismo e a apatia.
É necessária uma nova atitude e mentalização de que somos capazes de mudar, de tomar conta do nosso rumo, das rédeas da vida. Mudar é possível? Sim! E o leitor, vai ser capaz de mudar?
(*) Expresso de Felgueiras, 17 de Maio 2008
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