
Mais uma viagem, mais uma jornada. Até ao meu regresso, ou então até à retoma da normalidade. Mas o que é a normalidade?

Sobre a questão do pagamento por parte da autarquia dos honorários dos advogados de Fátima Felgueiras e restantes arguidos. Independentemente da legalidade de tais pagamento, o acto é absolutamente abominável e acima de tudo imoral. Num concelho com tantas dificuldades, falta de verbas para as juntas de freguesia – ver entrevista de Luís Martins, Presidente da Junta de freguesia de Margaride ao “Semanário de Felgueiras” – e a desculpa que serve para todas as justificações é a falta de verbas, vem agora a Presidente de Câmara, depois do assunto ser tornado público, trazer a reunião de câmara uma proposta para aprovar o pagamento de uma verba “próxima dos 400.000 euros”. É absolutamente imoral!
Num outro comunicado, desta feita sobre a ampliação dos Paços do Concelho, vem a autarquia, no meio da “choradeira” do costume (vamos perder os financiamentos, etc.) afirmar que, a eventual construção de um novo edifício nas Portas da Cidade, não se justifica neste momento uma vez que “a aquisição de terrenos, desenvolvimento de projecto e construção, constituir-se-ia investimento avultadíssimo que de forma alguma se considera prioridade neste momento”, afirmando por outro lado que “esta construção, que apenas tocará no edifício actual a partir da entrada, virá resolver os principais estrangulamentos ao funcionamento dos órgãos do Município, mormente os que decorrem do atendimento de qualidade que queremos seja prestado a todos os Felgueirenses.” Logo numa primeira análise, há aqui algo de errado, porque ao que julgo saber a autarquia é já proprietária de dois lotes de terreno nas Portas da Cidade onde pode edificar. Depois, porque não fazer este projecto com os técnicos da câmara, como aconteceu em vários concelhos vizinhos que ficaram com obras emblemáticas ligadas a quem durante anos prestou serviço na autarquia? Para além do mais, ficamos assim todos a saber que a ampliação do novo edifício servirá apenas para ter uma maior zona de atendimento, obviamente necessário. Contudo, o projecto inicial era mais vasto, incluindo, nova e condigna sala para a realização das Assembleias Municipais, arquivo e outras valências. Tudo isso foi abandonado, com a diminuição da volumetria de construção imposta pela CCDRN. Segundo alguma informação veiculada, o custo do projecto (e apenas deste) a cargo do arquitecto Alcino Soutinho, rondará os 350.000 euros. São cerca de 70.000 contos apenas no projecto, fora a construção. Será que Felgueiras é um município que se possa dar ao luxo de pagar tal verba, e ainda a construção? Sim, porque os tais “financiamentos” não cobrem todas as despesas e não resolver o principal problema?
Em esclarecimento lacónico a autarquia felgueirense, vem no seu site (finalmente) dizer que o tempo encarregar-se-á, de “mostrar quem esteve mal neste mistifório de opiniões desavindas”, no caso da aquisição do imóvel por trás do edifício camarário.