segunda-feira, julho 29

É Obra!

A cada novo período eleitoral autárquico a história repete-se. É o fervor do fecho das listas, com os últimos contactos, as surpresas das caras que surgem em algumas delas, é o colocar das máquinas eleitorais em funcionamento, dos outdoors, dos programas e manifestos e um sem número de coisas que todas as candidaturas têm que efetuar. Mas é também tempo das apresentações públicas das candidaturas. No último fim-de-semana, o PS Felgueiras apresentou o seu recandidato, Eduardo Bragança (derrotado nas últimas eleições autárquicas naquele que foi o pior resultado de sempre do Partido Socialista em Felgueiras), ao concelho. Já anteriormente, o PSD e o PPM tinham apresentado a Coligação «Manter a Esperança» cujo cabeça de lista é o atual presidente de câmara, Inácio Ribeiro, eleito há quatro anos, naquela que foi a primeira vitória da direita, em eleições autárquicas desde o 25 de abril.
Estas candidaturas revestem-se quase sempre do mesmo formato; apresentação formal do candidato, ou dos candidatos aos diversos órgãos, com a presença do maior número de simpatizantes e apoiantes possível como forma de se começar desde logo a “contar bandeiras”, assim como os líderes políticos mais relevantes que vêm apadrinhar as candidaturas. No caso do PSD, evitando o desgaste natural dos elementos do governo, vieram deputados, líderes distritais e nacionais. No caso do PS veio o líder nacional José António Seguro, dar a necessária cobertura à candidatura de Eduardo Bragança. Até aqui nada de anormal não fosse o facto de, nas listas a que Seguro veio dar chancela, fazerem parte elementos que tinham sido expulsos do Partido Socialista aquando das candidaturas independentes de Fátima Felgueiras. Nada tenho contra isso, aliás, algumas dessas pessoas são até dos elementos mais válidos que o partido socialista tem em Felgueiras, o que os eleitores por certo não perceberão é a incoerência destas atitudes. Por um lado perderam a sua qualidade de militantes, por outro, o líder do seu partido veio dar o seu aval à sua candidatura… se é que sabia.
Cerca de dezena e meia de militantes históricos do CDS-PP Felgueiras, convocaram uma conferência de imprensa para declararem publicamente o seu apoio à coligação “Manter a Esperança” (PSD/PPM) e se afastarem da estratégia seguida pelo seu partido para estas eleições que classificaram como o “pior erro político do CDS Felgueiras”, referindo-se, naturalmente, ao facto de a líder centrista, Madalena Silva, ter optado por romper com a coligação vencedora que mantinha com o PSD desde 2009, e apresentar o partido sozinho a eleições. Trata-se naturalmente de um enorme revés para a candidatura centrista de Carla Carvalho. Tendo sido um segundo nome escolhido para liderar a candidatura à autarquia – Luís Miguel Nogueira foi o primeiro nome avançado pelo CDS-PP – a poucos meses das eleições autárquicas e a ver membros históricos locais a não se reverem na sua candidatura fica ainda mais difícil conseguir defender um resultado que a líder concelhia, Madalena Silva, colocou muito alto.

Pelo que tenho lido e ouvido, parece que alguns políticos e comentadores não perceberam a mensagem dos outdoors que a coligação “Manter a Esperança” colocou na rua. Talvez por ser inovadora (mesmo a nível nacional) e por ter um político a prestar contas ao eleitorado. Na maioria dos outdoors aparece reproduzido um outro, utilizado na anterior campanha eleitoral, com um compromisso assumido pelo atual presidente da câmara municipal, Inácio Ribeiro, e do outro lado o que foi feito em relação a isso. Assim não há dúvidas. Os eleitores podem avaliar por si mesmos o que foi prometido e o que foi cumprido e, diga-se em abono da verdade, é preciso estar muito seguro do número de compromissos assumidos e que foram cumpridos para se expor assim à avaliação dos eleitores. É que de facto, este executivo pode gabar-se de ter uma taxa de execução daquilo que foram os seus compromissos eleitorais superior a oitenta por cento! É obra! 
in Expresso de Felgueiras, 26 de julho 2013

2 comentários:

Anónimo disse...

Esses 11 ou 12 "históricos" que saíram do CDS queriam estar com o poder. Admito que não seja fácil romper com quem o detém, para apoiar uma candidatura que não tem a maquina de um partido grande. Estou tão certa que estão convencidos que conseguirão tirar proveito disso, como estou de que estão redondamente enganados e daqui por 4anos falamos. Se a Engenheira Carla Carvalho foi a 2a opção, isso não sei, mas que e a melhor, sem duvida! Simpática, articulada, competente e altamente motivada, de postura humilde, mas acima de tudo tem uma característica que já não via ha muito em Felgueiras: carisma! Incontornável!

Sérgio Martins disse...

Pelas notícias que vieram a público os históricos do CDS estavam em desacordo com a estratégia adoptada pela atual liderança concelhia. Foram esses os motivos invocados e que foram divulgados pela comunicação social.