sexta-feira, dezembro 28

Uma candidatura independente?

A candidatura de Eduardo Bragança caiu mal no seio de alguns sectores do PS local.
A tal ponto que se conjugam esforços para que surja uma outra candidatura independente na área socialista, cujo cabeça de lista será Manuel Machado, anteriormente apontado como o preferido pelo eleitorado socialista para encabeçar a candidatura à câmara.
Fátima Felgueiras tinha afirmado ao "Expresso de Felgueiras", na última edição, que tinha sido perdida uma oportunidade de juntar a família socialista felgueirense e, pelos vistos, muitos concordam com ela.
Terá saído fumo branco da reunião de hoje que juntou médicos, empresários e figuras socialistas à volta do putativo candidato Manuel Machado?

quarta-feira, dezembro 26

Nem tudo são más notícias *


Este tem sido um ano difícil para todos. Sem exceção. As medidas duras a que temos sido submetidos por uma orientação “troikista”, e outras que vão para lá do memorando de entendimento, fruto de um governo obcecado por corrigir todos os erros do passado nem que para isso nos deixe a todos de tanga.
As tarefas de gestão tornam-se cada vez mais difíceis, não só em termos empresariais como em termos das autarquias locais. São cada vez mais as câmaras e juntas que se queixam da grande dificuldade de gestão dos meios financeiros, e muitas ainda estão completamente tapadas no acesso ao crédito devido ao seu endividamento já excessivo.
Em Felgueiras tem sido o oposto. Em dezembro de 2011, as dívidas a fornecedores eram de oito milhões e cem mil euros, tendo passado para quatro milhões e novecentos mil euros em setembro 2012. Uma diminuição de três milhões e duzentos mil euros em nove meses, correspondendo a 40% do valor total da dívida. Sem dúvida um exemplo de boa gestão financeira da autarquia. A câmara tem capacidade de endividamento caso necessite e foi das poucas que não recorreu à linha de crédito que o Estado criou para apoiar a economia local. Claro que os “velhos do restelo” do costume, reiteram que não se fez isto ou aquilo, que se podia fazer assim ou assado. São sempre opiniões, são sempre outras formas de fazer as coisas, legítimas, claro. Mas o que não podem apontar a esta autarquia e à gestão de Inácio Ribeiro, é o facto de terem cometido erros de gestão. São tempos de grande exigência e rigor, mas nem por isso se deixou de apoiar aqueles que mais necessitam, sejam os jovens com o apoio na aquisição dos livros escolares, sejam os mais idosos com o Cartão do Idoso.
Para além disso, a autarquia aprovou para o próximo ano a taxa legal mais baixa de IMI para os imóveis de Felgueiras. É uma medida que, mesmo com as avaliações que foram feitas, vai fazer diminuir as receitas da autarquia, mas Inácio Ribeiro achou mais importante ajudar os munícipes, poupando nos impostos que pagam, numa altura tão difícil para todas as famílias. A título de exemplo, quem pagava quinhentos euros de IMI pagará no próximo ano trezentos euros o que significa uma poupança de duzentos euros ano.

Já é conhecido um dos candidatos à câmara municipal. O PS Felgueiras, indicou em processo interno e por unanimidade, Eduardo Bragança como cabeça de lista à autarquia felgueirense. É a segunda vez que Eduardo Bragança se candidata, tendo sido derrotado anteriormente com um dos piores resultados de sempre do Partido Socialista no concelho.

* Expresso de Felgueiras 20 dezembro 2012

quinta-feira, novembro 1

... Autárquicas do próximo ano a mexer!

Enquanto não surgem as confirmações, vão-se alimentado especulações... Se bem que algumas, infelizmente, consubstanciem já confirmações. E no entretanto, vão-se alinhando alguns apoios em conversas circunstanciais de fim de noite...

Quem acaba de se pronunciar publicamente é Fátima Felgueiras, figura incontornável na política felgueirense: http://m.expresso.sapo.pt/autarquicas-fatima-felgueiras-diz-nao-sentir-minima-motivacao-para-se-envolver-em-qualquer-processo-eleitoral-autarquico=f763847?skin=ex:m


segunda-feira, agosto 6

O CDS e Felgueiras


Na última edição do Expresso de Felgueiras, o meu ilustre companheiro de crónicas, Luís Miguel Nogueira, fez uma bela ode às virtudes do CDS-PP de Felgueiras. Tal facto não é desvirtuado de legitimidade para o fazer - não seja o ilustre cronista, o coordenador autárquico do CDS-PP - e, por isso, ainda mais habilitado para saber o que se passa no seu partido. O início da crónica prometia… estamos “A TRABALHAR POR FELGUEIRAS!”
Apesar de eu não exercer nenhum cargo político, senão o de militante, permito-me discordar de algumas ideias com base naquilo que é sabido e público. Desde logo a questão da coligação “Nova Esperança”. A coligação foi negociada entre as duas comissões políticas de então, lideradas por João Sousa (PSD) e Paulo Rebelo (CDS), sendo que os termos da mesma foram, e estão a ser, escrupulosamente cumpridos pelo PSD. O Dr. Paulo Rebelo é o presidente da Assembleia Municipal e as orientações políticas e promessas eleitorais a serem cumpridas conforme combinado. Não li em momento algum um apontamento do que entende por “a mudança não tinha sido a pretendida” ou ainda “estratégia de desenvolvimento” diz também que este novo grupo de trabalho do CDS-PP foi criado há “ano e meio”, ou seja, apenas seis meses após as eleições! Não deixo também de referir que o timing corresponde à reentrada de Madalena Silva como líder da comissão política. É público que Madalena Silva não vê com bons olhos os lugares ocupados pelo CDS, pretendia mais, muito mais, como sempre fiel à sua própria personalidade, mas eram exequíveis as suas expetativas? Não. Sem sombra de dúvida que não. Pura e simplesmente o CDS não tem o peso político nas urnas para negociar (vale, em média e por eleição, cerca de 600 votos) mas, por outro lado, cria problemas na campanha, com estratégias que não dão votos mas retiram ao PSD, transferindo-se esses eleitores tradicionalmente para o PS.
Se o objetivo é esse, então o CDS-PP Felgueiras deve assumir o ónus de, sem nunca ter informado o parceiro de coligação, ter iniciado uma campanha de desinformação, de preparação de eleições sempre à revelia de uma coligação que se pretendia para quatro anos, pelo menos. Sim, porque a estratégia delineada por Paulo Rebelo para o CDS, parece-me a mais acertada. Estarem presentes na coligação, trabalharem ao longo de quatro anos em conjunto e nas próximas eleições aparecerem com mais candidatos nas listas da coligação. Ou seja, criar valor, aportar conhecimento e depois colher os frutos do trabalho. Ao invés, a estratégia foi de dar “guarida” a “defensores a todo o custo” de Fátima Felgueiras em tempos passados, sendo esse o sangue novo que o CDS tem. Percebo que muita gente tenha ficado “desiludida” com este executivo quando chegou a hora de pedir o “favor” e viu que já não estava mais no regime anterior.
Não tendo eu conseguido ver na sua crónica o que o CDS faz por Felgueiras, julgo que o mote de início deveria ter tido melhor escolha, como por exemplo, A TRABALHAR PELO CDS-PP. 

* Crónica no Expresso de Felgueiras, 3 Agosto 2012

quarta-feira, julho 4

Da justiça


Muito se tem falado em questões de justiça. Na realidade sempre se falou ou não fosse a justiça um dos pilares de qualquer Democracia. Reparem que eu escrevi qualquer Democracia e não de uma democracia qualquer, o que faz, desde logo, a distinção entre as democracias que aqui abordo. De um lado temos a democracia que permite o acesso à justiça, a todos os cidadãos, na mesma igualdade de circunstâncias, independentemente da sua condição social, económica, de raça ou de credo. A justiça que permite, a qualquer cidadão, ver a sua causa ser julgada atempadamente, de forma equilibrada e, acima de tudo, segura. A segurança que nós temos na Justiça deve ser inabalável, contudo, isso ainda não acontece em Portugal.
Essa acaba por ser, infelizmente, a outra democracia a que me refiro. É a justiça lenta, não apenas por falta de funcionários ou má gestão de recursos mas porque encerra, em si mesma, as infinitas possibilidades de manobras dilatórias para ver processos a prescrever. Claro que para fazer um alegado crime prescrever é preciso dinheiro, muito dinheiro. São os honorários dos advogados, são as custas dos recursos, o tempo perdido nos corredores e salas de espera dos tribunais. Todo esse dinheiro necessário a uma defesa o comum dos portugueses não tem. Daí que, havendo justiça porque é proferida uma sentença, a grande maioria dos portugueses não sente segurança na justiça, nem acredita que haja igualdade.
Salvaguardando o princípio da presunção de inocência e segundo as palavras da ministra da justiça, Paula Teixeira da Cruz, um caso como o de Isaltino Morais em Oeiras, vai deixar de ser possível com a reforma legislativa que está a decorrer. A partir de agora, o que se pretende é que depois de condenado, em primeira instância, o prazo de prescrição do crime deixe de produzir efeitos, evitando assim os recursos atrás de recursos que enchem os tribunais de trabalho e que dão aos cidadãos a nítida sensação de insegurança quanto à forma de se fazer justiça em Portugal.
Claro que nem toda a reforma da justiça é consensual e ainda bem – desconfio sempre de consensos à volta de tudo. A questão do encerramento de alguns tribunais está envolta em polémica porque as populações, já de si localizadas em cidades ou vilas muito pequenas e com pouca presença das instituições do Estado, vêm ainda mais reduzida a sua presença e daí a sensação, ainda maior, de marginalização. Contudo, tal reforma e encerramentos têm que ser feitos. Não é possível ter tribunais abertos com toda a sua estrutura de custos – rendas, funcionários, magistrados, etc. – com pouco mais de um milhar de processos num ano judicial. Por mais que custe, a uma minoria das populações, isso não é viável sobre todos os pontos de vista.
Neste momento o que Portugal mais precisa é que todos estejamos focados no mesmo objetivo e não em pequenas divisões que não são mais do que uma demonstração de alguns políticos locais a pensar nas eleições do próximo ano.
* Expresso de Felgueiras, 28 de Junho 2012.

Ruturas


O aproximar das eleições internas para o partido socialista de Felgueiras, acelera as movimentações e jogos de bastidores para a obtenção do melhor posicionamento dentro do partido. Tal interesse por estas eleições advém do facto de que, dos órgãos saídos de tal processo eleitoral, sairão também as listas de candidatos às próximas eleições autárquicas.
Numa reunião da comissão política – segundo a versão da juventude socialista - Eduardo Bragança, líder da comissão política concelhia do PS Felgueiras e vereador eleito por este partido nas últimas eleições autárquicas, terá impedido os elementos da JS que têm, por inerência, assento na reunião de participarem na mesma e entrarem nas instalações. Eduardo Bragança defende-se dizendo que era uma reunião dos elementos da lista candidata e por tal motivo estes não poderiam estar presentes, enquanto os jovens socialistas alegam que os presentes eram todos da comissão política e que por isso era uma reunião em que eles têm assento. Entre argumentos de um lado e do outro, teve que ser chamada a GNR para tomar conta da situação. Fazendo querer valer os seu direitos regulamentares, a JS terá já recorrido para os órgãos jurisdicionais internos.
Independentemente da razão estar de um lado ou do outro, o que se verifica é uma rutura que agora se vai tornando cada vez mais visível. O PS é um partido dividido. Desde a saída de Fátima Felgueiras e de quase todos os seus apoiantes que o partido vive dividido e, por força da aproximação das eleições autárquicas, tal divisão vai-se tornando cada vez mais evidente. As recentes declarações de Fátima Felgueiras a este jornal, afirmando-se sempre socialista e não refutando a hipótese de vir a ser novamente candidata pelo PS à autarquia, abriram ainda mais a fenda que se sabia existir mas que ainda não era visível. Até agora.
Realizou-se, em Felgueiras, mais uma edição do Festival do pão-de-ló. Um dos ex-libris da nossa doçaria atrai a Felgueiras cada vez mais visitantes, maior diversidade de expositores de todo o país, e como consequência, maior receita para o comércio local que vê, nesta época uma forma de aumentar as receitas. Para além disso, este Festival nunca foi tão divulgado, em Portugal e em Espanha, garantindo que Felgueiras fique deste já e para o futuro associada a este Festival. Assim como temos os Festivais de Montalegre (presuntos e enchidos) e o de Óbidos (chocolate), temos o de Felgueiras com o pão-de-ló. Quem, como Eduardo Bragança, vereador do PS votou contra a forma como este Festival estava estruturado, dizendo na sua declaração de voto “Voto contra por considerar que este certame devia restringir-se aos produtos tradicionais do concelho de Felgueiras, pão-de-ló, lérias, cavacas, rosquilhos, compotas, mel, vinhos e outros. Conforme a proposta que é apresentada estamos a promover de forma gratuita, a concorrência aos produtos da nossa terra.”, devia agora reconhecer que afinal estava enganado…
 * Expresso de Felgueiras, 13 de Abril 2012

segunda-feira, março 19

Queiram ver as diferenças *


Dois anos e meio decorreram desde que a coligação Nova Esperança, PSD / CDS-PP, ganhou as eleições autárquicas em Felgueiras. Este é o primeiro executivo de maioria não socialista desde o 25 de Abril de 1974, sendo por isso normal que todos aqueles – e foram muitos – que depositaram a sua confiança neste executivo, elegendo como presidente Inácio Ribeiro, queiram ver diferenças em relação ao passado.
Os primeiros a exigir obra feita – apenas dois meses depois da eleição - foram, desde logo, as bancadas da oposição em plena Assembleia Municipal. Vejamos; os membros da Oposição na Assembleia Municipal de Felgueiras – PS e Movimento Sempre Presente, que não são mais do que duas fações da mesma família socialista - queriam, passados noventa dias (!!), obra feita. Reivindicaram, veementemente, durante algum tempo mas agora ninguém os ouve a esgrimir a cobrança de uma promessa ou obra que não esteja feita. Por mais que na rua, no boca-a-boca, possam dar continuidade a uma campanha de desinformação, no local próprio que é a Assembleia Municipal nada acrescentam. Aliás, a última Assembleia Municipal realizada foi um espetáculo que deverá envergonhar muitos dos membros da mesma. Uma total falta de respeito pelo Regimento, para não falar de uma falta de elevação das intervenções e mesmo de conversas paralelas nada dignas. Nem mesmo as sucessivas chamadas de atenção do presidente da A.M., que referiram o triste espetáculo que o público presente assistia, fez acalmar os agitadores de serviço.
Este Executivo terá que prestar contas no final do mandato aos eleitores, que avaliarão o desempenho até àquele momento. Mas, se o quisessem fazer agora teriam já muito para avaliar. É toda uma nova forma de ver a gestão autárquica que se tem implementado, resultando numa muito maior rapidez desde a idealização da medida a tomar até à sua concretização. Não existem obras contempladas em planos durante anos e anos (Como a Casa das Torres e a Praça Dr. Machado de Matos foram exemplo). Veja-se o que aconteceu com a área do Desporto: depois da destruição completa do Estádio Dr. Machado de Matos, foi recuperado, prestando um enorme serviço às coletividades desportivas, fim para o qual existia. Temos a piscina municipal em recuperação que estava completamente degradada há vários anos, assim como o pavilhão gimnodesportivo, temos, na Lixa, sempre esquecida no passado, a zona desportiva em recuperação. Mas todas estas obras não têm apenas um papel de intervenção, têm também um cariz de poupança. A piscina municipal vai ser dotada de um melhor sistema de aproveitamento energético para aquecimento de águas e ar, o Estádio Dr. Machado de Matos foi dotado de um sistema de aproveitamento de águas de rega, assim como com furos de água, baixando substancialmente os custos da autarquia com todos estes equipamentos. A antiga forma de investimento sem qualquer preocupação dos custos fixos que oneram todos os meses as contas da autarquia, está a ser substituída por investimento qualificado e medidas de redução dos custos como, por exemplo, a que se prende com a iluminação pública que prevê reduzir em 40% a fatura da eletricidade sem perda de qualidade e quantidade de iluminação.
Mas o maior investimento que se pode fazer é nas pessoas, nos munícipes de Felgueiras. Na área social nunca se investiu tanto como este executivo o faz. A promessa política de fornecer livros aos alunos do 1º ciclo foi entretanto alargada ao 2º ciclo, nos escalões A e B, abrangendo três mil alunos. Mas os mais idosos não foram esquecidos com a criação do “Cartão do Munícipe Sénior” que permite obter comparticipações em medicamentos, descontos em determinados serviços camarários como no consumo de água, eventos culturais e de lazer.
Assim, apenas por algumas medidas aqui retratadas, talvez se perceba a dificuldade da oposição encontrar onde possa contribuir para continuar a transformar Felgueiras numa terra + Positiva. 
* Expresso de Felgueiras, 15 março 2012.

sexta-feira, março 2

CDS distancia-se do executivo municipal


Na edição de hoje, o «Expresso de Felgueiras» publica uma extensa entrevista a Madalena Silva, líder do CDS Felgueiras. Não surpreende nada a pública rutura com o seu parceiro de coligação, PSD. Aliás, já aqui tinha adiantado isso mesmo em 28 de Dezembro 2011. Era previsível. A única coisa que fica no limbo é a questão Fátima Felgueiras, que prontamente afastou mas que estará a ser seriamente equacionada.
Para Madalena Silva é incontornável o facto de achar que a anterior liderança do CDS conduziu mal as negociações para a coligação. Achou, e acha, que o CDS deveria ter mais lugares no executivo municipal e deixou bem claro que o futuro da coligação dependerá desses lugares executivos.
O timing da entrevista também é o apropriado (Madalena Silva faz questão de dizer que está bem assessorada no partido ao nível da comunicação política), a seguir à mudança da liderança na CPC do PSD e numa altura em que se começam a discutir as lideranças nos restantes partidos com vista a começar a preparar o processo eleitoral autárquico, a líder do CDS faz questão de dar o mote e colocar o tabuleiro de xadrez na mesa.
E o jogo que quer mostrar é simples, aparecendo a dizer: tenho o partido pronto, estamos a trabalhar num programa eleitoral, a trabalhar em cada uma das freguesias e militantes e estaremos prontos a ir a votos sozinhos, sabendo que apesar de terem sempre votações irrisórias, são mais fortes juntos com o PSD. É histórico, o PSD só conseguiu estar perto da vitória com uma coligação com o CDS (ex-AD) e agora a vitória com a coligação Nova Esperança.
Resta saber é como vai reagir o PSD depois desta entrevista.

segunda-feira, janeiro 2

A lenta agonia dos OCS locais...

Não vou entrar em comentários aprofundados sobre o “post” anterior do Sérgio Martins, porque essa matéria daria para discorrer longamente. Talvez numa próxima oportunidade.

Ocorre-me, a propósito, apenas, dizer que longe vão os tempos em que os órgãos de comunicação social e local e regional floresciam com o entusiasmo e carolismo das primeiras rádios e dos primeiros jornais. Também eu participei, nessa "Primavera" nesse esperançoso movimento.

Hoje, os pressupostos em que assentava o trabalho desses órgãos, muitos dos quais referência de notável qualidade há 20 ou 10 anos, caíram por terra, sucumbiram a mudanças no paradigma da comunicação, é certo, mas, mais do que isso, a uma crise económica que tem derrubado, com crueldade, um atrás de outro, jornais e rádios locais em todo o Vale do Sousa.

Com estruturas empresariais demasiado frágeis, qual espelho da sua comunidade, não conseguiram aguentar o vendaval da crise dos últimos anos, traduzido em quebras brutais nas receitas de publicidade, ao ponto de muitos verem a sua sustentabilidade comprometida, destruindo postos de trabalho de profissionais com qualidade.

Muitos destes órgãos, também, esquecidos foram pelas respetivas comunidades, cada vez mais egoístas e desprovidas do bairrismo de outrora, que não quiseram acarinhar órgãos de comunicação social que falavam das suas terras, das suas gentes.

Basta olhar à nossa volta. Muitos morreram, outros, em agonia iminente, morrerão em breve, estou certo. Poucos hão-de restar. E bem fora que estivesse equivocado.

Tarde será quando a comunidade desta e doutras terras, acordada de um longo alheamento, perceber que, algures, ao lado, jaz a sua rádio o seu jornal, pouco valendo movimentos altruístas, como o que se tem visto em Matosinhos e noutras terras, para fazer ressuscitar a sua rádio, em tempos alienada a uma qualquer cadeia nacional.

O reboliço dos tempos presentes, com todas as inquietudes, remete-me para uma reflexão sobre o que vai ser amanhã no mundo dos OCS de uma região que outrora foi pujante no setor, mas que vai definhando.