sábado, janeiro 30

Mudar as regras… a meio do jogo (*)

Os sete municípios mais penalizados com a introdução do pagamento de portagens nas SCUTS, A41 e A42, decidiram solicitar ao ministro das Obras Públicas uma reunião de urgência. Na reunião, em que estiveram presentes os presidentes ou representantes dos municípios da Maia, Valongo, Matosinhos, Paredes, Lousada, Paços de Ferreira e Felgueiras foram debatidos os principais argumentos para explicar ao Governo porque não o deve fazer.
Desde logo, porque solucionar um erro com outro erro não é, de todo, a melhor estratégia. Como verificamos agora, os custos elevadíssimos do despesismo dos governos socialistas de Guterres e da brilhante ideia de hipotecar as gerações vindouras com os custos das SCUTS, estão a tornar-se completamente incomportáveis. Como não há dinheiro, há que colocar agora o contribuinte-utilizador a pagar. Já pagamos como contribuintes e agora novamente como utilizadores. Sempre defendi o princípio do utilizador-pagador e continuo a manter a mesma opinião. O que não concebo é que depois de estar definida a forma de financiamento da via as regras sejam mudadas a meio do jogo. Há inúmeros investimentos que foram feitos nestes concelhos – veja-se a título de exemplo a Ikea em Paços de Ferreira – que tiveram em linha de conta as vias para escoar os produtos e receber matérias-primas. Os custos do investimento e distribuição foram calculados com uma base que, agora, o governo pretende alterar. Mas esse não é o único exemplo. Felgueiras, um dos concelhos mais industrializados do distrito, vai ver a única via de acesso rápido ao aeroporto e porto de Matosinhos tornar-se mais cara. Todos os munícipes, destes e de outros concelhos do interior do distrito que usam a via para chegar ao aeroporto ficarão penalizados se tal medida for por diante.
A Assembleia da República aprovou recentemente a Lei que permite o casamento entre homossexuais. Acho esta Lei perfeitamente disparatada. Mas vamos por partes. Em primeiro lugar não condeno, de forma nenhuma, alguém com uma diferente orientação sexual, religiosa ou de raça. Em segundo lugar acho que “casamento” não é o que define a relação entre um casal homossexual. Um casamento está definido cultural e historicamente como entre pessoas de sexos diferentes. Terceiro. Se o objectivo era acabar com uma alegada discriminação, essa foi, pelo contrário, ampliada, já que um casal gay, casado, não pode adoptar crianças, enquanto que se viverem em comum e sendo solteiros o podem fazer. Lá se vai o argumento da dignidade que se pretendia atribuir a tal relacionamento, com o nome de casamento. De resto, estou completamente de acordo que os casais gays possam usufruir dos demais benefícios que os casais heterossexuais têm em termos de impostos, finanças, heranças, etc. Já que os deputados da nação assim quiseram, poderiam ter ido mais longe e resolver de vez, todas essas questões. Agora, não lhe chamem é casamento.
As relações entre o Poder e os Media sempre foi baseada no “dar e receber”. O Poder necessita dos Media para fazer chegar a informação ou desinformação, conforme o caso, ao eleitorado e os Media necessitam do Poder para encherem os jornais e os noticiários. Até aqui tudo bem. Mas se algum dos jogadores neste jogo com linhas muito ténues ultrapassa os limites do outro acontecem “incidentes”. Um dos mais famosos, o caso Watergate, levou o presidente dos EUA, Richard Nixon, à demissão para evitar um impeachement por parte da Casa dos Representantes. Por cá temos alguns casos como o processo “Casa-Pia” longe de terminar e mais recentemente o caso “Freeport” a envolver o nosso primeiro-ministro que dizendo “cobras e lagartos” do Jornal da Noite da TVI de sexta-feira e da sua pivô, levou (??) ao fim do mesmo e à saída desta. Há limites que, pelos vistos, não podem ser ultrapassados.
Para além disso, os governos e as autarquias começam a seguir, por cá, os passos das empresas em termos de comunicação (ver exemplos de Lisboa e Porto) seguindo uma cadência e estratégia de comunicação do que se faz, sem medo a criticas ou opiniões. Esvaziar, através da técnica futebolística do “blackout”, todos os meios de comunicação de informação só dá azo a uma coisa: informação deturpada, condicionada e lida como se quiser. Não seria preferível comunicar?
(*) Expresso de Felgueiras, 15 Janeiro 2010

terça-feira, janeiro 19

Haiti: imagens quase mórbidas que me incomodam

Por estes dias têm-me incomodado os noticiários televisivos que exibem imagens impressionantes da devastação do terramoto do Haiti.

A destruição causada num país tão pobre deixa-nos a todos a pensar como, afinal, tão insignificantes são os nossos problemas.

Mas, como cidadão e até como jornalista causa-me também impressão que sejam exibidas imagens tão violentas, em horário nobre, nomeadamente com cadáveres em decomposição sob os escombros.

Por muito que isso contribua para as audiências – muitos parecem ser atraídos por imagens quase macabras – há que ter cuidados acrescidos, sob pena de se estar a contribuir para a selva nos órgãos de comunicação social de grande dimensão.

Já por várias vezes tive de tirar o meu filho, de oito anos, da frente da televisão, para que não veja aquilo.

Mas não são as televisões. Também os jornais têm abusado desse tipo de imagens. Há dias, num periódico de grande audiência, a primeira página era uma grande foto com cadáveres em cima de um carro de mão.

Nestes casos, os verdadeiros culpados não são os jornalistas, que são a parte mais fraca de uma cadeia de interesses. Os culpados são os poderosos interesses que, a pensar nas famigeradas audiências, pressionam no sentido de que imagens como aquela possam ser difundidas ou publicadas.

Mas esta sociedade também é culpada, porque se não houvesse gente a consumir este tipo de imagens, estas desapareceriam.

sábado, janeiro 16

Que Orçamento para 2010?

O 1.º Orçamento da era Nova Esperança é mais um orçamento de continuidade do passado do que um virar de página na política e na acção. Os responsáveis salvaguardam-se afirmando que tal se deve aos compromissos assumidos pelo anterior executivo liderado por Fátima Felgueiras.

Contudo, mesmo com esta justificação bastante plausivel, a constatação da continuidade defrauda a expectativa dos que acreditavam/acreditam que a equipa liderada por Inácio Ribeiro iria fazer a diferença desde o primeiro dia, e não apenas quando começar a pensar na renovação do mandato...

É claro que todos entendemos que há que fazer face aos compromissos assumidos, mas também é necessário ter ousadia e capacidade para criar rupturas. Por isto, algumas dúvidas se levantam:

- O executivo ainda não tem de forma clara e objectiva uma noção total sobre o estado das finanças e da organização da autarquia?

- Se não tem, porque não adiar a realização e aprovação do Orçamento para um momento em que o conhecimento fosse maior, uma vez que em termos de legislação existia essa flexibilidade?

Em Felgueiras, como seria natural este Orçamento não mereceu Unanimidade (nem poderia) ao contrário do que aconteceu por exemplo no concelho vizinho de Fafe, onde o executivo viu as suas opções do Plano e Orçamento para 2010 aprovadas por todos!

Bem sei que ainda é cedo para grandes avaliações, mas como já escrevi, Inácio Ribeiro, o PSD e o CDS/PP têm que ter em mente e sempre presente duas ideias:

- Vai estar constantemente em avaliação;
- Vai estar constantemente a caminhar sobre brasas bem quentes!...

E para já tem revelado alguma inabilidade na gestão de alguns assuntos...

quinta-feira, janeiro 14

Como é possível?

Como é possível que um governo socialista que diz querer fomentar a recuperação económica, se prepare para encarecer ainda mais os produtos portugueses destinados à exportação, como o calçado e o mobiliário ao tornar pagas as SCUTS? Como é possível que um governo socialista, criador desse pródigo produto que são as SCUTS mude as regras do jogo a meio? Como é possível que se faça isto nos únicos acessos ao único aeroporto e porto internacional?

quarta-feira, janeiro 13

A despropósito....

A forma como alguns pretendem avaliar os escritos de outros é redutora, mesquinha e só revela o quanto a competência e trajecto de alguns os preocupa, em contraste com a sua "magnificiência". Além da avaliação dos escritos a forma como reagem à opinião dos outros é reveladora do seu estado democrático, e abertura à crítica, mas...

... Não vale é a pena, ao mesmo tempo, tentar estar de bem com Deus e com o Diabo. Além disso...

...Convinha que os escritos fossem tão coerentes com os actos e gestos que não deixassem abertura, o que convenhamos é difícil... Basta aos leitores estarem atentos para perceber isso...

...E sobre isso até já escrevi um texto de opinião no jornal Expresso de Felgueiras, onde mantenho uma colaboração desde o seu primeiro número (e já lá vão quase 4 anos, contrariando as intenções de vários e as pressões que tentaram exercer junto do seu director ), onde apresentei pontos de vistas sobre estranhos alinhamentos, por exemplo nas eleições de 2009 em contraste com actos eleitorais passados. Mas...

... Parece-me a mim e a muitos é que existe uma tentativa de mexer e agitar as águas neste blog. Tentar causar desgaste nos seus participantes pelo risco que as opiniões aqui vertidas possam causar. Se não gostam das nossas opiniões, se não apreciam a nossa forma de escrever, se estamos desajustados e não merecemos credibilidade porque se preocupam em vir cá ler o que escrevemos e comentar com linguagem ofensiva e expressões no mínimo despropositadas?...

Saudável seria uma discussão honesta e construtiva! Serena e responsável!... Mas...

... A alguns isso não dá mesmo nada jeito!

terça-feira, janeiro 12

Uma indisfarçável vontade...


Por alguns comentários percebemos o objectivo da tentativa de destabilização. De tanto chatear pretendem um desgaste para que vão saindo aos poucos. Aqui deste lado já todos estamos habituados a sermos “julgados” pelas nossas opiniões por isso…

segunda-feira, janeiro 11

Serviço Público

"Caros conterrâneos,
Estou a recolher informação sobre o meu bisavô, Aniceto Pinto Ferreira (1864-1958).
Nascido em Santa Eulália de Margaride, viveu na Rua D. Luís I, que actualmente se chama Praceta Aniceto Pinto Ferreira (junto ao edifício dos paços do concelho), em sua homenagem.
Foi Regente da Banda dos Bombeiros Voluntários de Felgueiras, Juiz de Paz de Margaride, professor de música, relojoeiro, entre outras actividades.

De modo a facilitar a recolha de informação, solicito a divulgação do seguinte blog criado para o efeito: http://anicetopintoferreira.blogspot.com/.
Feliz Ano Novo,
Com os melhores cumprimentos,

Mário Cunha Reis, Eng.
mariocreis@gmail.com"

sábado, janeiro 9

Direito livre à opinião democrática

Há umas semanas Hélder Quintela escrevia sobre o risco, exposição pessoal, más interpretações, falta de compreensão de alguns quando a opinião é divergente, considerando que a "a opinião livre e democrática em Felgueiras não é lá muito bem tolerada".
Só podia estar totalmente de acordo. Apesar de não ser um "fazedor de opinião" percebo a exposição mediática a que uma pessoa se sujeita ao expressar livremente e, deixem-me acrescentar e sublinhar, democraticamente a sua opinião.
Considero que em pequenas localidades do país - em Felgueiras esta tendência talvez seja mais acentuada nos termos e nas reacções muitas vezes despropositadas - a opinião livre nem sempre é aceite, quando aquilo que se pretende é alimentar um debate democrático de ideias que, apesar de serem divergentes, convergem num interesse comum que é o desenvolvimento da sua terra.
Fazer considerações obscuras, de acordos secretos no corredor, de atracções ocultas, só para reagir à análise que outros, numa simples opinião pessoal, fazem é, no mínimo, despropositado. Em vez de se debaterem opiniões ou sustentar posições, talvez na incapacidade de melhores argumentos, lança-se a dúvida e fazem-se, de ânimo leve, considerações obscuras sem qualquer fundamento.
Julgo que, por vezes, a determinadas pessoas faz muita falta um espelho...
Não percebo como alguém pode, sem qualquer fundamento, fazer as mais disparatadas considerações!
Quanto ao tom, com que muitas vezes podemos expressar as nossas ideias, parece-me que alguns julgam que por falar mais alto ou fazê-lo de maneira mais destravada são mais ouvidos.
Ás vezes olharmo-nos ao espelho só nos faz bem ao ego !!!

Elogiar a forma… nada mais do que isso…

Já neste espaço de opinião tornei pública a minha opinião sobre a prestação política de Inácio Ribeiro na última Assembleia Municipal.

Apreciei sobretudo o estilo sóbrio e moderado como o novo presidente da câmara se dirigiu aos deputados para responder às suas questões e para explicar as suas opções políticas, sobre as quais – note-se – não emiti qualquer juízo de valor, em sentido elogioso ou depreciativo.

A minha observação em sentido elogioso quanto à forma, que terá incomodado algumas hostes da oposição mais truculenta, ia no sentido em que o estilo de Inácio Ribeiro se distanciava daquilo a que estávamos habituados com Fátima Felgueiras, cuja postura perante os deputados municipais, demasiado crispada e musculada, com o beneplácito do então presidente da AM, sempre me incomodou...

Concluindo: mais do que a substância das intervenções do novo presidente, agradou-me a forma das mesmas, não obstante identificar em Inácio Ribeiro pormenores próprios de quem só agora se iniciou nestas lides, que podem e devem ser melhorados.

Ser avaliado

Depois de uma primeira Assembleia Municipal e de uma entrevista do presidente da câmara, Inácio Ribeiro, há vários sinais a ter em conta. I) Inácio Ribeiro continua igual a si mesmo. Tem um perfil muito mais técnico do que político, trabalhador incansável que procura conhecer rapidamente os dossiês. II) Em dois meses foi necessário preparar um Orçamento para levar à A.M., sabendo os riscos que corre. Manter uma mesma linha este ano, reformulando para o próximo ou, mudar desde já e garantir um Orçamento mais ajustado à realidade das possibilidades e não um “qualquer” documento cheio de boas promessas e intenções nunca realizadas com taxas de execução baixíssimas. III) A auditoria anunciada será, ao que tudo indica, realizada em várias vertentes. Uma já iniciada e várias outras em diversos departamentos. Como se sabe, esta é uma tarefa para vários meses que terá o seu desfecho. Importa é que quando chegar a altura os felgueirenses sejam conhecedores das situações. IV) Penso que o executivo ainda não teve tempo para pensar na estratégia de comunicação. Hoje em dia a comunicação faz parte da vida de todos, empresas, instituições e mesmo a nível pessoal. Não faz sentido que tendo havido uma mudança na autarquia porque a população assim ansiava, agora os eleitos não aproveitem esse efeito para comunicar o que de mudança existe. Sei que existem receios de, ao passar informação para o exterior, essa alimente um coro de opiniões favoráveis ou desfavoráveis, mas servir a causa pública não é isso mesmo? Ser avaliado?

Os falsos moralistas

São pessoas que volta não volta, levantam questões de obscuridade nas posições, comentários e opinião de quem livremente o pode fazer. Ainda não perceberam que quando se dá opinião é sobre um acto, uma decisão, um facto e não sobre a pessoa que está por detrás do mesmo. Não há uma verdadeira liberdade de opinião quando, condicionados por amizades, conhecimentos ou outro tipo de interesses pessoais, não escrevemos o que pensamos.
Neste caso particular, vemos alguém que, no passado, traiu os interesses do seu próprio partido em benefício dos seus próprios, chegando a comemorar a derrota deste. Apostando no dado adquirido que é a curta memória do eleitorado, acusa outros de razões ocultas. Uma vez que a pessoa em causa tem responsabilidades políticas seria muito interessante saber, afinal, (e uma vez que agora já não tem mal nenhum) quais os verdadeiros motivos daquela sangria…

sexta-feira, janeiro 8

ACORDOS DE CORREDOR...

O que me desagrada nestas coisas de dar a cara para emitir publicamente uma opinião, neste blog ou noutros fóruns, é o facto de, ao fazê-lo, nos estarmos a expor a comentários deselegantes de uns quantos.
O que está em causa não é que os outros discordem dos nossos pontos de vista, como é óbvio. É, de resto, saudável que assim aconteça, mas desde que tal aconteça no respeito dos mais elementares princípios da boa educação e da opinião divergente.

Não seria melhor cada um exprimir os seus pontos de vista, porventura divergentes, promovendo uma discussão sadia que só enriqueceria o espírito de tolerância que tantos propalam?

Uns produzem comentários ofensivos, caluniadores, a coberto do anonimato, num gesto de acobardamento atroz e obscurantismo civilizacional.

Outros, ainda que dando a cara, mas num sinal pouco democrático de quem convive mal com a crítica, escolhem os caminhos da insinuação, ao ponto de promoverem a dúvida quanto à seriedade de quem emitiu uma opinião porventura contrária à sua. Isso é intolerável. Eu jamais o faria e não vou entrar por esse caminho, por mais provocações de que seja alvo.

Independentemente da minha profissão, que me recomenda efectivamente equidade e igualdade de tratamento face aos políticos, esse estatuto, sublinho, não me priva, em circunstâncias algumas, de exercer os meus direitos de cidadania, nomeadamente o de opinar e de cultivar amizade com quem entender, independetmente de ser do partido A ou partido B.

Faço-o neste espaço, não como jornalista nem sequer como director de um qualquer órgão de informação, mas como um felgueirense, igual a tantos outros, que tem o direito de dizer o que entende, desde que o faça no respeito das regras de civilidade. Tenho-o feito, aliás como outros felgueirenses e amigos que escrevem no Felgueiras 2005.

Emito a opinião de forma livre, porque não estou refém das propaladas coisas ocultas ou acordos de corredor.

Só para memória futura: os que ontem foram alvo dos meus elogios, já no passado recente tinham sido alvo das minhas críticas. No futuro, esses e outros, independentemente dos seus credos partidários, poderão voltar a sê-lo, num sentido ou noutro, em função do desempenho que forem demonstrando e da apreciação que eu, humildemente, dele fizer. Nada mais natural, creio.

quarta-feira, janeiro 6

Ecos de Estilo

Pelas notícias e comentários que vão chegando sobre a Assembleia Municipal realizada ao caír do pano de 2009, surgem por um lado vozes discordantes sobre o comportamento dos partidos da oposição: uns consideram o seu papel muito interveniente e incisivo, outros atribuem um maior destaque ao MSP, menorizando o papel do PS mais pelo estilo/forma do que pelo conteúdo, e por outro lado comentários a "gafes" que se vão tornar famosas.

Relativamente a este assunto de estilo e forma de estar, Armindo Mendes destacou uma nova forma do Presidente de Câmara "dialogar"/responder/intervir perante dos deputados municipais, facto que deve naturalmente ser destacado, não deixando contudo de notar que numa já célebre Reunião Pública do Executivo a sua postura foi ligeiramente (ou muito?) diferente. Isto, porventura, reforça que o novo executivo ainda não tem a lição toda estudada, cometendo erros, mas com capacidade de aprendizagem rápida...

E se aprender rápido certamente que irá notar que ou resolve rapidamente a promessa relacionada com o preço da água em Felgueiras, ou a sua glória poderá transformar-se na sua desgraça! E não é com aquela mini-medida que já foi implementada que a Nova Esperança vai lá...

terça-feira, janeiro 5

A arte do enxovalho.

Segundo o dicionário online Priberam.pt, enxovalho é: afronta; injúria, vergonha, humilhação que se inflige a alguém. A esta “arte”, têm-se dedicado alguns dos nossos habituais leitores / “comentadores”. Os alvos são escolhidos a dedo, pessoas que, de uma forma ou de outra, podem, pelo seu valor e mérito, causar receios a quem quer que seja e por que motivos sejam. No entanto, a forma do ataque ao alvo é sempre a mesma. Pessoal, onde sangra mais. Quer seja pela forma como escreve, seja por defender ou por atacar alguma posição ou decisão de alguém. Há sempre uma teoria (normalmente de conspiração) para qualquer das situações. Se um dos parceiros deste blogue escreve a favor, é praticamente um “lambe-botas” se contra, é um dos que “queria tacho”. É que não há pachorra para tamanha mediocridade e ignorância. Gostava de ver era essa rústica intelectualidade aplicada a discutir as opiniões, das quais discordam, ou será que não chega para mais do que o insulto?

Gestão de Expectativas (*)

Gestão de expectativas é aquilo que é mais difícil de fazer para quem exerce o poder. Atentemos por breves instantes no já case study Obama. O presidente dos EUA, chegado ao poder fruto de uma forte esperança de mudança nos EUA quanto a questões como a guerra no Iraque e a economia com inúmeras dificuldades, neste momento continua com enormes problemas nesses sectores, tendo até enviado mais trinta mil soldados para o Afeganistão. Se fosse Bush a fazê-lo seria crucificado por toda a imprensa nacional e internacional. Mas Obama (que eu publicamente preferi como candidato) comunica de forma diferente, justifica perante a opinião pública e, melhor, escolhe o timming correcto para o fazer. Apesar de ter descido em termos de popularidade, não deixa de manter um bom score. Como justificar? Os “spin doctors” da Casa Branca fazem o trabalho de casa.
A nova maioria do executivo municipal, eleita da mesma forma – um forte desejo de mudança por parte dos felgueirenses -, está com alguns problemas de comunicação e o “estado de graça” que costuma ser mais longo está a encurtar. Para isso contribuem vários factores: a) O anuncio de medidas avulso, como uma auditoria às contas da autarquia que depois não tem consequência visível (é desconhecida na opinião pública se avança ou não), abrindo espaço para que a oposição tire, legitimamente, proveito da situação. b) a falta de uma mensagem política clara como forma de preparação do eleitorado para as promessas a cumprir já e calendarizar as outras, permitindo gerir as expectativas do mesmo blindando-o a intervenções da oposições que, face ao vazio, pode tirar as conclusões que quiser. c) as hesitações e novas posições face aos problemas que já se conheciam também não ajudam a que se mantenha o estado de graça.
O PS Felgueiras tem, legitimamente, tentado aproveitar ao máximo o espaço e a benesse que a maioria do executivo lhe tem deixado. Nem sempre da melhor forma, é certo – Eduardo Bragança tem uma agressividade no tom e discurso que o fazem perder junto do eleitorado – e a altura não é a melhor, uma vez que passam pouco mais de mês e meio das eleições e as críticas perdem-se no tempo. Por outro lado, mais positivo, toma a iniciativa de oposição à coligação PSD/CDS-PP sendo apenas o terceiro partido mais votado e sendo este apenas o único vereador do PS, relegando o MSP para um papel menor. Se a maioria do executivo não tomar as rédeas e marcar a agenda política em Felgueiras poderá ter uma grande dificuldade em ultrapassar determinadas questões, mais difíceis, que aí vêm.
A maioria do executivo precisa urgentemente de gerir melhor as expectativas dos munícipes e nunca perder aquilo que lhe deu a vitória: a proximidade às pessoas.
Ter opinião em Felgueiras é difícil. Aliás, por aquilo que me dizem é bastante difícil. Não senti ainda as dificuldades (ler pressões) de alguns companheiros desta aventura de tornarmos públicas as nossas opiniões quando muitos dos outros escondem e alteram as suas, conforme as conveniências, mas já passei por más situações que não vou aqui, para já, referir. Contudo, há algo que algumas pessoas têm que perceber. Vivemos num Estado de Direito, onde a liberdade de expressão existe. Não existe para ofender, denegrir ou usar em benefício próprio, mas para partilhar ideias, promover uma discussão sobre um ponto de vista ou chamar a atenção para um tema. Até aqui todos concordarão comigo, mas quando se trata de visar atitudes, decisões, posições ou a falta destas, de pessoas conhecidas, da nossa “família” política ou que nos “conhecem desde pequeninos” como gostam de dizer, aí é que está tudo mal. Sejam pessoas ou instituições, não aceitam a crítica que, no meu caso, terá sido sempre construtiva. E aí começam a acontecer casos que posso considerar “estranhos” sem que nunca possa acusar alguém de ter a minha liberdade de expressão condicionada – tal como não tenho – mas que tentaram, ai isso, tentaram.
(*) Expresso de Felgueiras, 18 Dezembro 2009

domingo, janeiro 3

NOTA POSITIVA PARA INÁCIO RIBEIRO NA 1ª ASSEMBLEIA MUNICIPAL

Uma nota que emergiu da Assembleia Municipal de Felgueiras do passado dia 30 de Dezembro foi o tom sereno e seguro de Inácio Ribeiro, apesar de confrontado com uma oposição aguerrida e combativa, sobretudo do PS, que discorreu pontos de vista críticos com alguma razoabilidade no plano da luta político-partidária, nomeadamente a propósito dos preços da água e do orçamento.
O PS enveredou, porém, mais uma vez, por uma linguagem demasiado agressiva, que acabou por esbater a contundência dos seus pontos de vista.
Ao invés, o presidente da Câmara manteve sempre uma postura tranquila, optando, no período antes da ordem do dia, por não responder às críticas mais incisivas a propósito do orçamento, evitando assim resvalar para um fogo cruzado com a oposição num registo agressivo.
Nesse momento, sentiu-se na sala um certo desapontamento por o presidente da Câmara ter evitado o confronto político quando se sentia alguma crispação.
Mais tarde, porém, quando se analisava o Orçamento e num ambiente mais distendido, Inácio Ribeiro retomou matérias que vinham de trás, inclusive a propósito do preço da água, e foi objectivo nas respostas que dava aos deputados, vincando os seus pontos de vista de forma directa e sistemática, adiantando até números concretos e explicando as opções do seu Executivo.
Mais do que o conteúdo das explicações do presidente, apreciei sobretudo a forma, nomeadamente o tom simultaneamente calmo, mas esclarecedor como se dirigia aos deputados.
A postura de Inácio Ribeiro nesta primeira sessão da Assembleia Municipal marcou uma diferença clara face à atitude desafiadora habitual da anterior presidente da Câmara, Fátima Felgueiras.
Ao contrário desta, o novo edil assumiu um tom conciliador, até no tom de voz com que se dirigia ao hemiciclo, evitando assim uma postura belicista. O presidente da Câmara preferiu analisar a matéria de facto, em vez de se fixar num combate verbal com os deputados absolutamente infrutífero no plano substantivo.

Eu resumo, direi que para uma primeira AM o novo presidente esteve em bom plano, igual a si próprio, ou seja, claro, directo e pouco dado a confrontos de dialéctica inconsequentes.
Em contraste com Fátima Felgueiras e outros presidentes de Câmara da região mais experientes, já se sabe que Inácio Ribeiro não é pródigo em arrebatadores momentos de eloquência.
Mas, convenhamos, a maioria dos felgueirenses já estava cansada de discursos empolgantes, mas depois estéreis no plano da execução.
Face aos graves problemas que o concelho enfrenta, o que se exige agora, mais do que discursos e sorrisos demagógicos, é um presidente de câmara prático e muito determinado na abordagem da gestão autárquica.
E, goste-se ou não do estilo, que na minha opinião pode e deve ser melhorado, o que se viu e ouviu na AM do dia 30 permite concluir que temos um presidente preocupado com os problemas da terra que governa e motivado em levar por diante, com sentido de responsabilidade e oportunidade, medidas imperativas para Felgueiras, que marquem uma viragem inequívoca face a um passado de má memória.
Que assim seja é o meu desejo e, creio, o de todos os felgueirenses, independentemente dos "credos" partidários de cada um.

Uma mania errada!

Existe um mau hábito em que eu embalei - erro que alguns leitores muito atentos e bastante cordatos não deixaram de evidenciar -, em considerar que as décadas se iniciam no dia 1/Janeiro de um ano com último dígito 0, mas isso não verdade.

Eu não devia ter escrito primeiros dez anos do novo milénio, mas sim os primeiros 10 anos desde o mítico ano 2000, que significou um claro ponto de viragem. Para isso mesmo, basta analisar todos os balanços feitos, a nível internacional e nacional.

Em Felgueiras, vale a pena fazer o mesmo exercício...